O PCP volta à carga com a nacionalização dos Correios e dá entrada de projeto de lei na Assembleia da República para o regresso da empresa ao controlo público. Deputado Bruno Dias justifica mais uma tentativa com o facto de o serviço estar "cada vez pior".
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Já é um projeto habitual do PCP - a nacionalização dos Correios - e volta agora ao debate público porque o partido voltou a dar entrada de um projeto de lei com vista ao controlo público da empresa, ainda que a maioria parlamentar já o tenha chumbado num passado recente.
Ainda assim, o deputado Bruno Dias explica à TSF que "a proposta do PCP é no sentido de estabelecer um regime de recuperação do controlo público dos CTT" porque a empresa "tem estado numa situação de degradação inaceitável e continua a ter consequências brutais para o dia a dia das pessoas".
"Esta proposta, infelizmente, continua a estar na ordem do dia e digo infelizmente porque os problemas estão a avolumar-se. Sendo verdade que o PCP tem vindo reiteradamente a defender esta medida, neste momento há cada vez mais pessoas que se confrontam, reconhecem e concordam com a necessidade de acabar com este descalabro da gestão privada em que os milhões continuam a engordar os cofres dos grupos económicos privados e os prejuízos [ficam] para as populações e até para empresas locais, para pessoas que nas regiões precisam dos serviços dos CTT, e observam uma empresa que tem vindo a ser descapitalizada, a perder património, a perder capacidade de resposta", diz o parlamentar.
Depois, o deputado comunista dá exemplos concretos: "Pessoas que mandam objetos por encomenda para um país e vai parar a outro país, pessoas que encomendam coisas para cá e ficam sem nunca mais saber onde está essa encomenda, contas para pagar que chegam depois do prazo de pagamento e as pessoas têm multas sem ter culpa nenhuma". "Isto está cada vez pior e é a necessidade de fazer com que os CTT se tornem numa empresa com uma gestão rigorosa a servir a população e o país em vez de servir para acumular lucros", conclui Bruno Dias.