O projeto foi pensado em 2014, mas só agora concretizado.
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O Centro de Recolha Oficial de Animais está implantado numa enorme área na freguesia rural de Estoi, concelho de Faro, e já está apto a receber animais. Tem capacidade para 120 cães e 70 gatos. Faro não tinha até hoje nenhum canil, o que obrigava frequentemente a autarquia a pedir auxílio a câmaras municipais vizinhas ou a recorrer a associações protetoras de animais.
O veterinário Municipal e responsável por este centro afirma que todos os dias lhe aparecem casos de animais errantes ou abandonados. "Agora conseguimos receber esses animais e responder de forma mais célere", afirma, satisfeito, Ruben Jerónimo. Ali os animais receberão os primeiros tratamentos, serão esterilizados, vacinados e ficarão prontos para adoção. Até agora eram as associações protetoras de animais que muitas vezes se encarregavam desse trabalho.
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O autarca de Faro sublinha que o problema dos animais abandonados é mais visível na zonas rurais do concelho, onde " existem matilhas de cães que, por vezes, provocam problemas". "Não tínhamos condições de recolher ou tratar estes animais que por vezes chegam doentes e com feridas. Aqui podem ser tratados", garante.
O espaço tem salas de cirurgias, espaços para recobro e para banhos e nas boxes novinhas em folha, já se encontram sete cães, três deles com apenas três ou quatro meses.
O veterinário municipal só lamenta que embora apareçam com frequência equídeos abandonados, por não serem considerados animais de companhia não é possível protegê-los. "Acabamos por não descobrir quem é o proprietário e por vezes aparecem com sinais de maus tratos", afirma. Ruben Jerónimo defende alterações na legislação. "Não há lei que permita que o veterinário se fundamente e diga " este animal está a sofrer maus tratos", é possível para os canídeos e felídeos, mas não para os equídeos", esclarece.
A lei que tornou crime os maus tratos aos animais em 2014 foi declarada inconstitucional pela quarta vez em novembro de 2022 pelos juízes do Palácio Ratton.