A caravana Aylan Kurdi partiu hoje. Vai fazer mais de 6 mil quilómetros até à Croácia e à Sérvia para levar ajuda aos refugiados. São três camiões TIR, completamente cheios.
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São 10 da manhã. A caravana termina os preparativos. Estudam-se mapas; traça-se a rota. João Vasconcelos, um dos organizadores desta iniciativa orienta os pormenores finais para a partida. São 3 camiões TIR, com capacidade para 50 toneladas, onde não cabe nem mais uma caixa. "Levam medicamentos, produtos de higiene, brinquedos, roupa de criança, equipamentos de outdoor, de campismo... Tudo da lista de produtos que tínhamos pedido, que é a lista que nos chega das organizações que estão no terreno, junto dos refugiados", explica a responsável.
A ajudar está também António Pereira, da URBANOS, que recolheu os bens que nos últimos dias foram chegando aos pontos de recolha, e Paulo Rodrigues, do Grupo Justo, que forneceu os camiões e os motoristas para esta viagem. Apenas alguns exemplos que se juntaram à Caravana Aylan Kurdi e que hoje parte em direcção à Croácia e à Sérvia.
Muitos tomaram conhecimento desta iniciativa através do Facebook e a poucas horas da partida há ainda mensagens que chegam de quem quer ajudar. Ana Santiago é a responsável pela gestão das redes sociais e é ela que vai ficar com a missão de actualizar todos os passos da viagem. "Nós queremos obviamente dar feedback em respeito a todas as pessoas que participaram e também para ficarem descansadas, que estamos a dar o nosso melhor", explica.
São mais de 6 mil quilómetros de estrada que começam agora. Os camiões estão fechados. Está tudo pronto para partir. A Caravana Aylan Kurdi começou há uma semana. Uma iniciativa de cidadãos anónimos, um conjunto de pessoas que não conseguiu ficar indiferente à tragédia humanitária dos refugiados que continuam a chegar à Europa. É quase meio-dia. "Vamos arrancar", diz João Vasconcelos, "já devíamos estar a caminho e já lá devíamos ter chegado há muitos dias".