Jacinto-de-água. Conheça a planta invasora do Amazonas que está a ameaçar o Alqueva
A Agência Portuguesa do Ambiente está a desenvolver um projeto no troço transfronteiriço, em parceria com as autoridades espanholas, para impedir que a planta invasora que veio do Amazonas chegue a Portugal. Há sete anos que a empresa gestora de Alqueva não perde o jacinto-de-água de vista
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Intensifica-se o combate ao jacinto-de-água no rio Guadiana. A ameaça de desastre ambiental que a espécie representa para a barragem de Alqueva não deixa margem a facilitismos. Basta uma planta entrar no troço internacional para que o calor e a radiação característicos do Alentejo criem as condições à multiplicação da espécie.
"Atinge a maturidade muito rapidamente, multiplica-se vegetativamente, sem reprodução, e ao fim de algumas semanas emite novos rebentos que se podem destacar e colonizar outras zonas", alerta o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA), José Pedro Salema.
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A planta invasora, que já está em Portugal, próxima do Caia, em Elvas, impede a entrada de luz solar e a oxigenação das águas, com consequências nefastas para a fauna e flora, levando a que, semanalmente, um barco português "patrulhe" as águas junto à raia.
"Há sete anos que o fazemos. De verão e inverno, batemos as margens do troço internacional e recolhemos à mão todos os espécimes que chegam àquele sítio", revela o gestor da EDIA.
O jacinto-de-água começou por invadir o Guadiana no troço espanhol, pintando de verde o rio, tendo o pais vizinho investido já cerca de 30 milhões de euros, desde 2004, para retirar mais de um milhão de toneladas de plantas. O jeito que dava ter capivaras na Península Ibérica, sendo este o único herbívoro que se alimenta do jacinto-de-água. Como não as há, a EDIA acabou de adquirir a sua própria capivara, mas em versão mecânica, traduzida numa viatura anfíbia.