Jackas, o único pai Natal certificado da Península Ibérica é de Ílhavo

Na véspera de Natal, está quase tudo pronto para a ceia. Por isso, a TSF esteve à conversa com o único pai Natal certificado da Península Ibérica. Carlos Rocha, Jackas, como é conhecido, veste o fato de pai Natal desde os 17 anos.

Nessa altura já tinha barbas, mas por serem pretas via-se obrigado a usar pó para as pintar mais claras. Hoje são brancas por natureza as barbas do pai Natal Jackas, que um pouco por todo o país recebe no colo as crianças animadas nesta quadra festiva.

Tudo começou por brincadeira. Um pedido de uma amiga para se vestir de pai Natal ficou até aos dias de hoje. Agora, é o único pai Natal certificado da Península Ibérica. Carlos Rocha, natural de Ílhavo, lembra a primeira vez que vestiu o fato vermelho.

“Eu estudava em Ílhavo e tinha uma amiga que estudava comigo e que me perguntou se não podia ir lá fazer de pai Natal a casa dos pais, para o sobrinho. A mim não custou nada, disse que sim, porque já tinha barbas nessa altura, não eram brancas, eram pretas, mas eu punha pó para ficarem mais claras. E sempre fiz teatro para a infância e a minha formação de base tem a ver com a infância”, refere.

O interesse pela personagem aumentou e fê-lo descobrir uma escola nos Estados Unidos da América que certificava pais natais. Foi lá que tirou o curso e fez o juramento que o oficializa como pai Natal.

Jackas conta-nos que o juramento é o que o distingue de todos os outros que interpretam este papel: “A determinada altura comecei a querer saber mais sobre o pai Natal e encontrei uma escola nos Estados Unidos que foi fundada em 1937, que fazia a certificação. Fazia-se o curso e depois fazia-se o juramento de pai Natal, e foi o que aconteceu comigo em 2012.”

Mas o que significa isto de ser certificado? É o mesmo que dizer é oficialmente um pai Natal. Jackas explica: “Nós, certificados, fazemos um juramento com base nos princípios de São Nicolau, em que devemos levar às crianças a magia, a alegria e ser mensageiros da paz, da solidariedade, da igualdade. São esses os nossos princípios e que nos fazem diferentes dos outros.”

Este pai Natal percorre nesta altura o país de norte a sul. A sua última visita foi aos Açores, onde esteve pela primeira vez. Mas o pai Natal conta-nos o que faz no resto do ano.

“O pai Natal é sempre pai Natal todo o ano, não trabalha só neste mês. Estou sempre ligado à infância, sempre ligado às crianças. Tenho um projeto que eu e a minha mulher fundámos, na Vila de Vagos, hoje é propriedade do município, fizemos a transferência para o município de Vagos, mas continuamos a trabalhar lá, como coordenadores, eu como diretor-técnico pedagógico. Relacionamo-nos com as crianças, falando como pai Natal para as crianças”, sublinha.

Ser pai Natal é para Carlos Rocha muito especial: ver a alegria das crianças aquece-lhe o coração. Por isso, o pai Natal deixa uma mensagem a todas as crianças.

“Este Natal, acima de tudo, eu quero que todas as crianças do mundo possam festejar o Natal, o que é muito difícil, infelizmente, com os países em guerra e com os países em termos políticos virados do avesso, mas pelo menos que no dia de Natal pudessem ter um Natal tranquilo com paz e, se possível, com muitas prendinhas”, afirma.

A paz é o que deseja este pai Natal que ainda tem trabalho pela frente. Agora, resta-lhe distribuir as prendas no dia de Natal.