Jafumega não têm "obsessão de fazer algo novo", mas há algo renovado para apresentar
Apesar de não ser inédito, a banda portuense diz estar a "escrever arranjos para bandas filarmónicas" do repertório já editado, para que as músicas possam ter uma energia e uma roupagem diferente ao vivo.
Corpo do artigo
Os clássicos são os clássicos e por vezes a tradição é a melhor receita. Que o digam os Jafumega, que esta sexta-feira atuaram no JN North Festival. A banda admite que fazer novas músicas para suceder a temas como "Latin'América" ou "Kasbah" não é uma prioridade. O plano do grupo passa por partilhar os palcos do país com bandas filarmónicas e há já trabalhos em curso com o compositor Carlos Azevedo.
O último álbum dos Jafumega foi lançado em 1990, mas os anos de distância não são um problema para a banda. Em entrevista à TSF, Luís Portugal, a voz inconfundível do grupo, afirma não ser uma "obsessão fazer algo de novo" e aponta para os concertos que vão fazendo "paulatinamente".
TSF\audio\2023\05\noticias\27\13_rui_carvalho_araujo_jafumega
É aí nas atuações que pode surgir uma roupagem nova para os temas dos Jafumega, uma vez que a banda está a "escrever arranjos para bandas filarmónicas" com a ajuda de Carlos Azevedo.
Em entrevista à TSF, José Nogueira, teclista e saxofonista do grupo, não esconde o gosto pelas filarmónicas, que diz serem "uma das instituições mais importantes para a música em Portugal" que conta com "músicos de muita qualidade".
O resultado, diz à TSF o fundador da banda, é "uma massa sonora imensa" que se alia a "uma possibilidade tímbrica incrível", cuja autoria é proveniente de elementos "normalmente muito jovens, para os quais qualquer incentivo é sempre muito importante".
Alguns desses músicos nem sequer eram nascidos quando os Jafumega começaram, mas nem por isso passam ao lado dos grandes êxitos da banda. Quase meia década depois, o grupo ainda vai dando alguns concertos e, segundo José Nogueira, a culpa é da "vontade de viver e de fazer coisas que exprimam" o que lhes vai na alma.
Em declarações à TSF, o músico deixa uma confissão: "Continuamos a gostar imenso de tocar, é um prazer, somos abençoados nesse aspeto, temos muita sorte em não termos perdido isso."
Uma bênção que se estendeu ao concerto do primeiro dia de JN North Festival. Apesar das previsões, a chuva deu tréguas durante a atuação.