Os destinatários são os que vivem sozinhos ou isolados nas freguesias do concelho. Um momento de alegria que pedem para ser repetido.
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Durante esta semana, a Tuna da Universidade Sénior de Amarante anda a cantar as janeiras à porta de alguns dos mais velhos do concelho. É uma forma de levar alegria a quem vive sozinho ou em locais isolados, e que a GNR visita regularmente para saber se está tudo bem e transmitir um sentimento de segurança.
Este ano foram contemplados 12 idosos em diferentes zonas do concelho, nomeadamente nas freguesias de Candemil, Ansiães, Jazente, Madalena, Lufrei, Fregim e Freixo de Baixo.
Na aldeia de Murgido, a tuna estacionou junto à paragem de autocarro e tocou e cantou mesmo ali. Afinal, é lá que alguns dos mais antigos da localidade se juntam em dias de sol. Chamam-lhe o “centro de dia”.
Àquela hora estavam lá Alzira, Irene, Guilhermina e Augusto. Todos com idades entre 85 e 88 anos. Assistiram com interesse à chegada dos músicos e cantadores, e sorriram com a afinação dos instrumentos. “Deixem-me ver se a gaita toca”, começou o coordenador da Tua, Fernando Moreira.
Depois desfiaram os versos ao som do bombo, guitarras e cavaquinhos: “Vimos cantar as janeiras, ó senhores venham escutar, somos a universidade, boas festas vimos dar. Nestas noites tão geladas, o Deus menino nasceu, os sinos dão badaladas, por ele que tanto sofreu”.
“Não contávamos com isto, mas foi bom. Ficou o dia mais alegre”, destacou Augusto Pinto. Alzira Briga gostava que houvesse mais cantigas durante o ano e aproveitou a presença do vice-presidente da Câmara de Amarante, Jorge Ricardo, para dizer que “haviam de voltar para a semana”.
O autarca sublinhou que o “pedido ficou feito”, enquanto Irene Briga disse, entre gargalhadas, esperar “que seja verdade”.
“No verão, não é? No verão, para os emigrantes verem”, continuou Jorge Ricardo.
Depois de Murgido, a Tuna da Universidade Sénior de Amarante foi até Ansiães levar animação a casa de Antero Jorge, 87 anos, e a mulher Maria Amélia, 84. “A musiquinha agradou-me muito bem, eu só tenho pena de não poder cantar também”, disse-lhes Antero, no final da atuação, enquanto a esposa quis mostrar que ainda tem a voz afinada. “Oxalá que para o ano cá venham outra vez”, desejou ela.
Jorge Ricardo está convicto de que levar a Tuna da Universidade Sénior de Amarante para cantar as janeiras à porta dos mais velhos, sobretudo dos que vivem sozinhos ou em sítios isolados, “é um projeto que vale a pena”.
A iniciativa foi implementada em várias aldeias do concelho pela Câmara de Amarante na sequência do projeto “Idoso em Segurança” da GNR, que visa apoiar a população mais desfavorecida e vulnerável.
O capitão Luís Alves, comandante do Destacamento da GNR de Amarante, explicou que “a Guarda passa junto das pessoas mais isoladas para relembrar que o ‘conto do vigário’ acontece muitas vezes e que o objetivo é levar os bens delas”. Daí que apele para que “desconfiem sempre” de indivíduos estranhos e com propostas aliciantes, e para que comuniquem o sucedido à GNR”.
