Alberto João Jardim admite que até estaria disponível para se candidatar a Belém, se algum grupo de cidadãos impulsionasse a candidatura. O antigo líder do PSD Madeira diz, no entanto, que não seria candidato para ganhar, apenas para «denunciar o sistema», mas avisa que não tem «pachorra» para fazer de D. Quixote.
A bordo de um barco de pesca de atum, no Caniçal, Jardim deixou a garantia: até era capaz de ser candidato a Belém «se houvesse um número de cidadãos a propor» o nome dele, mas avisa: «Não mexo nem uma palha para isso».
«Obviamente que eu nem ganhava, porque Portugal nem é uma democracia, é uma partidocracia e os partidos, por sua vez, estão controlados por forças que toda a gente sabe quem são, ligadas ao grande capital».
O presidente do Governo regional que está prestes a ser substituído no poder considera que «só quem está a candidatar-se por partidos consegue ganhar eleições». Por isso, «o ir era só para denunciar o sistema».
Avaliando a hipótese de uma candidatura, Jardim diz que isso implicaria «uma condição»: a comunicação social «dar igualdade de tratamento a todos». Isto porque, em Portugal, diz, «os candidatos propostos pelos partidos têm um tratamento e os candidatos situacionistas têm outro tipo de tratamento».
Na sequência deste raciocínio, Jardim conclui: «E fazer figura de D. Quixote, desculpem, mas não tenho pachorra».