Javalis provocaram estragos de oito milhões de euros na cultura do milho em 2022
A Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo afirma que há um "aumento descontrolado da população de javalis" em Portugal.
Corpo do artigo
A Anpromis - Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo disse esta quarta-feira que os prejuízos provados por javalis na cultura do milho atingiram, no ano passado, oito milhões de euros, de acordo com um comunicado.
Segundo a entidade, o "aumento descontrolado da população de javalis que se tem verificado nos últimos anos no nosso país, está a causar avultados e crescentes prejuízos no setor agrícola nacional".
A associação levou a cabo um levantamento que concluiu que "os prejuízos provocados pelos javalis nas searas de milho dos seus associados representaram, em 2022, um valor extremamente elevado, a rondar os 8,0 milhões de euros".
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho Jorge Neves explicou que, além do aumento da população de javalis, o habitat natural da espécie tem sido "destruído", nomeadamente pelos incêndios florestais, o que leva a que estes se desloquem para outras zonas "à procura de comida".
TSF\audio\2023\07\noticias\05\jorge_neves_habitat
Tendo em conta esta situação, a Anpromis reuniu-se esta quarta-feira com a direção do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) "para apresentar os resultados deste levantamento" e analisar medidas a ser "implementadas por este Instituto para controlar a densidade de javalis que existe em Portugal" de acordo com o "Plano Estratégico e de Ação do Javali em Portugal".
"Não tem havido qualquer medida a sério para controlo das pragas. A motivação desta reunião neste momento é que, finalmente, com base num estudo elaborado pela Universidade de Aveiro, (...) se chegou a um número", disse Jorge Neves.
TSF\audio\2023\07\noticias\05\jorge_neves_icnf
Segundo a associação, "face às explicações prestadas e tendo em conta a premência de se avançar nas soluções apresentadas neste Plano Estratégico, a direção da Anpromis sugeriu a marcação de uma reunião, com caráter de urgência, a ter lugar ainda durante o mês de julho".
A entidade pretende que, nesse encontro, "participem todos os intervenientes - agricultores, caçadores e os organismos da administração pública, para se operacionalizar, no mais curto espaço de tempo, as ações propostas".
Notícia atualizada às 00h03