O secretário-geral do PCP reafirmou hoje as críticas à «forma ofensiva» como Passos Coelho apontou o desemprego como uma oportunidade e acusou o líder do PS de fazer «falsa oposição».
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Recordando os «mais de 1,2 milhões de portugueses vítimas do desemprego», Jerónimo de Sousa considerou que, «pior do que isso, é ouvir Passos Coelho dizer que é bom terem sido despedidos», numa referência a declarações do primeiro-ministro considerando que o desemprego não tem que ser encarado como negativo e pode ser «uma oportunidade para mudar de vida».
«Dizia o homem, de forma ofensiva, que é bom terem sido despedidos porque ficam com montes de possibilidades e oportunidades nas suas vidas. É caso para dizer que o povo português, um dia, seguirá o seu conselho, despedindo-o, ao seu Governo e à sua política, porque são eles que estão a mais», sustentou durante uma manifestação do PCP no Porto contra o programa da troika para Portugal.
Ainda assim, o líder comunista reconheceu, ironicamente, alguma «razão» a Passos Coelho: O primeiro-ministro, disse Jerónimo de Sousa, «mesmo que seja demitido e despedido terá sempre a tal oportunidade de ir para uma das empresas dos amigos que neste momento está a beneficiar na vida económica».
Debaixo das críticas do líder comunista esteve também o PS e António José Seguro, acusado de fazer «muitas ameaças de rotura», mas estar «sempre na conversa fiada e na inócua retórica da falsa oposição».
«Depois de ter ouvido o PS e Seguro a dizer que iam fazer a rotura democrática, que iam estar contra esta política, ontem [sexta-feira] lá se abstiveram [na votação das alterações ao Código do Trabalho], viabilizando as medidas gravosas das alterações às leis laborais», recordou.
Sob o lema "É tempo de dizer basta! Rejeitar o pacto de agressão, Lutar por um Portugal com futuro", a manifestação do PCP juntou esta tarde alguns milhares de pessoas (2000 segundo fonte policial, 10.000 pelas contas da organização) na baixa do Porto.