
Steven Governo/Glogal Imagens
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje, em Vila Real, que o primeiro-ministro de se recusar a ver a realidade de um país onde há está hoje mais injustiça, pobreza, desemprego e endividamento.
Corpo do artigo
«Vejam lá que Passos Coelho hoje criticou os jornalistas e comentadores porque não apoiam mais o Governo e a sua política e os seus êxitos. É o que se chama ser pobre a mal agradecido, um Governo que tem tido os apoios da comunicação social dominante, que tem tido os apoios que são conhecidos e vir agora fazer esta afirmação», salientou Jerónimo de Sousa, que falava depois de um almoço com militantes e simpatizantes. O primeiro-ministro contestou hoje a ideia que disse estar a ser veiculada «pelos que informam» de que a despesa pública «está igual a 2011», afirmando que, ao contrário, «desceu e continua a descer». «Se ouvirmos as televisões, se lermos os jornais, os cortes não existiram, os sacrifícios e austeridade não existiram, os portugueses estão equivocados, estamos como estávamos em 2011», referiu Passos Coelho, no seu discurso de encerramento das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS-PP. Para o secretário-geral do PCP, a «verdade fala por si, incluindo aquela que é escondida e manipulada pelo Governo». «Estamos hoje num país onde há mais injustiças, pobreza, desemprego e endividamento e esta é a realidade que Passos Coelho se recusa a ver», salientou. No caso do desemprego, que oficialmente diminuiu no país, Jerónimo de Sousa referiu que a estatística «funciona a favor do Governo», porque se se contabilizassem os emigrantes, estagiários e os que frequentam cursos de formação os valores seriam «insustentáveis». Depois, o líder comunista falou ainda nos casos recentes na educação, «com a trapalhada» na «colocação dos professores e alunos ainda sem aulas», do «bloqueio da justiça» por causa do sistema informático Citius e a reforma judiciária que levou ao fecho de tribunais. «Num Estado democrático um erro grosseiro desta natureza levaria a consequências, mas não, tudo pareceu normal», frisou.