O secretário-geral do PCP afirmou que o Presidente da República «é um pouco como o PS» e «não dá a cara com a careta» porque alerta para os efeitos da austeridade, mas subscreve o programa de ajustamento financeiro.
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«O Presidente da República vai fazendo estes apelos, estes avisos, mas depois vai dizendo que está de acordo com as alterações à legislação laboral, que está de acordo com a concretização do programa [de ajustamento financeiro assinado no âmbito da ajuda externa]. É um pouco como o PS, enfim, não dá a cara com a careta. Obviamente não se pode subscrever o instrumento de agressão e depois vir ter pena dos agredidos», afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder dos comunistas falava aos jornalistas durante uma visita ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), em Lisboa, e reagia a uma entrevista de Cavaco Silva à rádio TSF.
Nessa entrevista, o Presidente da República alerta que «há um conjunto de pessoas, a que chamamos agora os novos pobres», a quem é «impossível impor mais austeridade», referindo que essas pessoas «são aquelas que são mais atingidas por medidas, não tendo, às vezes, em conta a especificidade de cada grupo».
Também o Bloco de Esquerda, pela voz da deputada Catarina Martins, distribuiu críticas pelo Presidente da República e pelo Governo.