O secretário-geral do PCP denunciou o que disse ser um «roubo ao povo». Os comunistas admitem acompanhar um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do OE2012.
Corpo do artigo
Em conferência de imprensa esta segunda-feira na sede do PCP, Jerónimo de Sousa considerou brutais os aumentos dos preços de bens e de serviços essenciais que marcam este início de ano.
«Não pode haver nem compreensão, nem aceitação destes aumentos. Eles constituem um roubo ao povo. São parte de um processo de empobrecimento do país», afirmou.
Trata-se de «um saque realizado num quadro de degradação do valor dos salários e das pensões, do corte de subsídios de Natal e de férias, de aumento do desemprego e do corte de prestações sociais, de destruição do serviços públicos e de privatização de empresas estratégicas», acrescentou.
Este «roubo», continuou, «é concretizado ao mesmo tempo que está em curso a tentativa de alteração da legislação laboral que visa impor mais um mês de trabalho sem qualquer remuneração e liquidar direitos que foram um avanço na melhoria das condições de vida de quem cria riqueza».
O líder do PCP disse ainda que os comunistas admitem ponderar acompanhar um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do Orçamento do Estado para 2012.
Quanto à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Jerónimo de Sousa afirmou que «todas as declarações bem intencionadas valem o que valem».
«O grande problema é que o actual Presidente da República tem uma grande identificação com o pacto de agressão de onde emanam as políticas e as medidas que acabei de anunciar», disse, acrescentando que o Chefe de Estado «tem de resolver essa contradição».
«Não pode estar bem com o pacto de agressão e mal com as injustiças que ele provoca», sublinhou.