
Jerónimo Sousa
GI
O secretário-geral do PCP afirmou que o partido não vai abdicar dos seus valores e acusou o PS de se manter comprometido com «a política de direita».
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«Nós dizemos que não renunciamos à convergência, ao diálogo com forças e setores democráticas em tudo o que for bom para os trabalhadores, para o povo e para o país. Mas ninguém peça ou exija ao PCP que deixe de ser o que é, que deixe de falar verdade, que deixe de lutar por outra política, que rompa com estafada alternância», afirmou Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral comunista falava no encerramento do XIX Congresso do PCP, em Almada, de onde sai com novo mandato para quatro anos, dado pelo Comité Central.
Jerónimo de Sousa reiterou o objetivo da criação de uma «alternativa patriótica e de esquerda» no «plano institucional».
A este propósito, definiu como «questão primeira» e «incontornável» a «de se saber» se o PCP «deveria abdicar» dos valores que defende de forma «coerente e consequente» e se o PS, «comprometido com a política de direita», «se deveria manter como está».
«O PS não dá resposta à contradição fundamental que é a de saber se é possível uma alternativa verdadeiramente de esquerda, mantendo-se comprometido e identificado com a política de direita em questões estruturantes», acrescentou, sublinhando que será «pela vontade e apoio» «dos trabalhadores e do povo português», a quem serve, que o PCP estará «numa solução alternativa».
«E não por arranjos de poder que nos exijam deixar de ser o que somos, de defender o que defendemos», afirmou.