
Jerónimo de Sousa
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O secretário-geral do PCP acusou Vítor Gaspar de ter anunciado o «paraíso» para 2015 e questionou em que é que se baseou o ministro para antever a recuperação económica do país.
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Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, Jerónimo de Sousa reagiu à entrevista de terça-feira à noite do ministro Vítor Gaspar à SIC, considerando que toda ela foi «construída a partir de uma falsidade» sobre o conhecimento das medidas de austeridade.
O secretário-geral do PCP apelou ao protesto dos portugueses, defendendo que «há uma solução só» para os problemas do país: a união e a luta popular contra o programa de ajuda externa a Portugal, que os comunistas apelidam de «pacto de agressão e submissão».
Segundo Jerónimo de Sousa, o ministro das Finanças, que faz parte de «um Governo que neste momento está a fazer a vida num inferno para muitos portugueses«, veio «anunciar o purgatório para 2013 e o paraíso para 2015, com crescimento económico».
O secretário-geral do PCP interrogou como é que isso poderá acontecer «sabendo-se que o desemprego vai continuar a aumentar», que «a pobreza vai acentuar-se», que «há uma perda significativa do poder de compra de amplas massas populares» e «sem investimento público, e nem sequer privado».
De acordo com o líder comunista, o ministro das Finanças deu «toda uma entrevista construída a partir de uma falsidade», porque «afirmou que os portugueses conheciam desde Maio a substância, o conteúdo do programa da troika», mas «não era assim, a maioria do povo português não conhecia essa substância».
Jerónimo de Sousa referiu que «foi negado por Passos Coelho, por exemplo, o corte no subsídio de Natal, o aumento dos impostos, particularmente sobre os rendimentos do trabalho», acrescentando: «Aquela entrevista, partindo desta falsidade, está de facto a enganar os portugueses».