Líder do PCP considerou que "valeu a pena" a posição conjunta assinada com os socialistas em novembro de 2015.
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O secretário-geral comunista sentiu este sábado, em Alpiarça, necessidade de justificar novamente o apoio dado há quatro anos à formação do Governo minoritário do PS, adiantando que o mesmo foi dado "sem nenhuma hesitação", para afastar PSD/CDS-PP do poder.
"Fomos uma força que esteve na resolução do problema institucional criado em 2015, em que, por força de PSD/CDS e do então Presidente da República, Cavaco Silva, por força da falta de força do PS - que naquela noite apresentou cumprimentos pelos resultados ao PSD -, afirmou claramente que era possível uma solução institucional, um Governo minoritário do PS", disse Jerónimo de Sousa.
As centenas de participantes no almoço-comício em Alpiarça deram a maior vaia da tarde ao antigo chefe de Estado e o líder do PCP considerou que "valeu a pena" a posição conjunta assinada com os socialistas em novembro de 2015, à semelhança de documentos similares entre PS, "Os Verdes" e Bloco de Esquerda.
Para Jerónimo de Sousa houve, entretanto, uma melhoria, de facto, das "condições de vida dos trabalhadores e do povo", apesar de insuficientes, mas que constituíram "avanços em rendimentos e direitos".
"Fizemo-lo sem nenhuma hesitação e sabendo quem é e quem era o PS. Mas havia uma coisa que era preciso fazer. É que o Governo PSD/CDS, pelo mal que fez ao povo, ao país, aos trabalhadores, reformados, pequenos e médios empresários, em que semana sim, semana sim era mais um corte, um congelamento, mais uma medida de retrocesso, era uma condição fundamental afastar esse Governo", explicou.
Nesse sentido, "aliando a luta dos trabalhadores", a posição da CDU contribuiu para derrotar e afastar "o Governo PSD/CDS", congratulou-se. Segundo Jerónimo de Sousa, o PCP podia ter optado por ficar nas suas "tamanquinhas e dizer entendam-se", mas decidiu atuar: "Não, camaradas. Fizemos uma opção que consistiu em apresentar propostas para conseguir avanços e melhorias nas condições de vida".
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"Por isso, chegados aqui, nesta campanha eleitoral, a questão que vos coloco é esta: sim ou não, devemos fazer tudo para que as coisas avancem ou ficamos quietos e admitimos que andem para trás. Nós já temos um opção: avançar", garantiu.
O deputado e cabeça-de-lista por Santarém, António Filipe, citou a letra da composição de João Monge, que funciona como hino da CDU na campanha: "como diz a canção, nós vamos sempre em frente, pelos sonhos e pela razão, nós somos muita gente e mais nesta união".