A peça, que representa Nossa Senhora e a rainha Santa Isabel, ganhou forma numa pequena olaria na Bajouca, concelho de Leiria. Vai chegar a todos os cantos do mundo, com a JMJ.
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Quando começou a moldar o oratório da visitação, Céu Pedrosa "não sabia para que era". Aceitou fazer a peça, a convite de uns senhores que lhe bateram à porta da casa que serve de olaria, na Bajouca, uma pequena aldeia do concelho de Leiria. Foi aqui que Céu Pedrosa aprendeu com o avô, aos nove anos, a trabalhar o barro. A tradição familiar estende-se por quatro gerações: o bisavô, o avô e o pai de Céu eram oleiros. Além da artesã, também o filho Secundino, dão continuidade ao trabalho.
Os potes, jarras, pratos misturam-se com peças artísticas e repletas de significado. Uma delas é símbolo da Bajouca; outra, cheia de mãos, representa o mundo. Nasceu na altura da pandemia, quando Céu Pedrosa decidiu criar a Associação de oleiros da Bajouca, "para que não acabe esta arte". O pai, recorda Céu, chegou a conhecer 50 oleiros. Atualmente, são apenas sete, mas com o trabalho da associação, está a renascer o interesse. "A história da olaria está muito enraizada na Bajouca e não pode morrer", afirma com doçura mas determinação na voz.
Céu Pedrosa demorou vários meses a criar o oratório da visitação, no qual "a Nossa Senhora olha para cima, para o universo, em direção a Deus e Santa Isabel está a olhar para o ventre, que "representa qualquer um de nós. (Significa que) podemos ter um mundo melhor se formos unidos". A peça é feita em barro branco, "o mais famoso da Bajouca. Quem experimenta o barro da Bajouca, não quer outro", garante Céu, sempre sorridente.
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Depois de ter moldado os corpos na roda, Céu uniu-os, cozeu-os e o oratório está agora, a ser produzido em larga escala, numa fábrica em Fátima. A própria artesã não tem a peça consigo, mas espera receber um exemplar antes do início da Jornada Mundial da Juventude. E sonha oferecer o original ao Papa Francisco.