"Joacine não quis ser uma brilhante deputada." Fundador do Livre fala em erros de comportamento
Na primeira grande entrevista após o aceso congresso do Livre, Rui Tavares analisou as polémicas que têm marcado a presença do partido na Assembleia da República.
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O fundador do Livre, Rui Tavares, considera que Joacine Katar Moreira comportou-se de forma errada após ser eleita. Embora se recuse a falar em "desilusão" em relação a Joacine, Rui Tavares admitiu que foram as atitudes da deputada que a impediram de ser uma "brilhante deputada".
"Fui eu que desafiei a Joacine a participar em primárias", lembra o fundador do Livre. "Na primeira conversa que tivemos ao telefone, ela falou-me da gaguez, perguntou se isso seria um problema, e eu disse-lhe que no Parlamento Europeu tinha trabalhado com um deputado que tem uma gaguez ainda mais profunda - Andrew Duff, britânico - e isso nunca o impediu de ser um brilhante deputado", conta.
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Rui Tavares é assertivo: nada fazia prever que Joacine Katar Moreira fosse furar as expectativas que o partido tinha para ela.
"Se achávamos que havia razões impeditivas para exercer um brilhante mandato? A resposta é não", declara o fundador do Livre, questionado pela TSF e pelo DN.
Então, porque não será Joacine a "brilhante deputada" que o criador do partido anteviu? Porque "não quis ser", atira Rui Tavares.
"Há um um erro de comportamento pós-eleitoral por parte da Joacine, de atitude em relação aos eleitores, de atitude em relação ao partido, e essa atitude também conta porque ela também é política", alega.
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De acordo com Rui Tavares, assim que foi eleita, Joacine Katar Moreira "rompeu com o partido muito rapidamente", ainda antes do polémico voto sobre a Palestina.
"Um corte inesperado e injustificado de relações com os órgãos internos do partido faz com que se trabalhe pior. Prejudica a própria Joacine, e isso foi-lhe dito muitas vezes", indicou o fundador do Livre.