João Ferreira alerta para a degradação dos CTT e o "engordar" dos lucros privados
O candidato presidencial João Ferreira defende que é preciso reverter a privatização dos CTT
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Em Coimbra, João Ferreira encontrou-se, esta manhã, em frente à estação central dos correios, na Avenida Fernão de Magalhães, com um grupo de trabalhadores dos CTT, dos quais ouviu queixas sobre a degradação das qualidades laborais.
De acordo com o grupo de trabalhadores que estiveram a prestar apoio ao candidato, desde a privatização dos CTT que existe mais exploração dos trabalhadores. Um facto que João Ferreira confirma e que justifica que serve para engordar os lucros dos novos donos privados da empresa.
"Os trabalhadores viram as suas condições mais degradadas, mais trabalho para menos trabalhadores, ou seja, mais exploradores. Isto para engordar os lucros dos novos donos privados da empresa, que nem sabemos bem quem eles são, sabemos é que é dinheiro que sai do país e que, antes, ficavam no país", afirma.
Assim, João Ferreira defende o regresso dos correios à gestão pública, pois é preciso "ter os correios de novo ao serviço do país e das populações, recuperar para o país aquilo que foi do país e que lhe foi retirado".
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Depois de falar com os trabalhadores, João Ferreira lembrou as consequências da privatização, como o encerramento de balcões, o despedimento de trabalhadores - "mesmo quando há mais trabalho como agora é o caso" -, a sobrecarga laboral "dos que ficam, com horários aumentados e rendimentos diminuídos" e a diminuição da qualidade do serviço prestado às populações, pois "o serviço de distribuição postal chumba na esmagadora maioria dos critérios [de qualidade da ANACOM]", reitera.
O controlo público dos CTT não depende do Presidente da República, mas o candidato João Ferreira considera que o presidente não pode alhear-se do assunto. O que podia então ter feito Marcelo Rebelo de Sousa? João Ferreira responde que o atual Presidente tem de "ter uma sensibilidade e uma intervenção diferentes, chamando à atenção para o facto de uma empresa que é estratégica para o país não estar a cumprir com critérios de qualidade de serviço que lhe são exigidos".
Remata João Ferreira que é incompreensível que, quando a empresa chumba em vários parâmetros de qualidade, despede trabalhadores e encerra, se renove a concessão aos privados. Os trabalhadores são, para João Ferreira, os "heróis" em tempos de pandemia.
O candidato à Presidência da República quer que o Estado retome o controlo público dos CTT que, a 6 de novembro do ano passado, comemoraram 500 anos de história.