A jóia está guardada no cofre da câmara municipal desde que foi descoberta em 1985 nas escavações no concelho. Agora vai ganhar nova vida porque a autarquia decidiu fazer réplicas para vender nas ourivesarias de Vila Nova de Cerveira
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A peça original tem cerca de três centímetros de comprimento e um e meio de largura e é decorada com fio de ouro de um milímetro de espessura, a fazer lembrar a filigrana. Foi descoberta pelo arqueólogo Carlos Brochado de Almeira no Aro Arqueológico de Lovelhe, um conjunto que engloba vestígios de quatro civilizações.
Para fazer uma réplica desta conta suevo-visigótica vão ser necessários nove gramas de prata dourada ou de ouro.
"Contactámos um joalheiro de Gondomar. Fizemos um molde e algumas experiências e resultou nesta réplica que é fantástica e está com uma qualidade incrível", conta à TSF o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira.
A réplica da jóia deverá estar disponível a partir de junho, mas nesta altura já se pode encomendar. Em prata dourada, os preços deverão rondar os 120 ou euros.
Já se for em ouro, só vai estar disponível por encomenda e o valor pode ultrapassar os mil euros.
"É um valor significativo, mas a dimensão da peça justifica", afirma o autarca.
A iniciativa nasce da estratégia de valorização do património: "Seria uma pena não se potenciar uma jóia com este valor histórico e patrimonial, como é a conta de Vila Nova de Cerveira".
"Vamos faz jus à vila das artes, neste caso através da joalharia", sublinha.
Nesta primeira fase só as três ourivesarias de Vila Nova de Cerveira vão vender a réplica. No futuro pode haver outras variações da peça original, e a ideia é também alargar as vendas "a outros pontos do país e talvez até ao estrangeiro".
Quanto à jóia original, essa vai continuar onde esteve estes últimos 39 anos, guardada num cofre municipal. E à semelhança do que já tem acontecido, pode vir a ser exposta ao público em algumas ocasiões.