No dia em que recebe o doutoramento "honoris causa" pela universidade King's College de Londres, o antigo Presidente da República confessa que recebeu a notícia da expulsão de magistrados portugueses com surpresa.
Corpo do artigo
Jorge Sampaio ficou entristecido com expulsão de portugueses de Timor. Numa declaração à TSF, o antigo chefe de Estado refere que «sempre tive a ideia que é muito difícil a posição dos que representam o país que foi colonizador e ter funções de soberania ou parecidas. Posso dizer que estou surpreendido e entristecido».
No dia em que recebe o doutoramento "honoris causa" pela universidade King's College de Londres, e sem falar de política nacional, Jorge Sampaio não deixa de apelar à urgência de lideranças fortes e alternativas sólidas, em Portugal e na Europa.
Para o antigo chefe de Estado, a crise está a renovar fronteiras no espaço europeu e há agora um patriotismo que se impõe, «as pessoas descrentes, os partidos xenófobos e de extrema direita estão a crescer. É preciso renovar o projeto europeu que nasceu há 50 anos».
Para Jorge Sampaio, o contributo tem de ser plural, porque acredita em equipas e em lideranças.
Afastado da política ativa, mas nem por isso menos atento ao país, Sampaio diz que não é possível esquecer o país em que se foi Presidente da República. «Leio os economistas, os relatórios, a UTAO, documentos sobre a pobreza e o emprego. Isso tira-me algum tempo, mas não posso deixar de estar a acompanhar, com preocupação, a situação portuguesa», confidenciou à TSF.
Sempre afirmou que não acredita em homens providenciais. O nome de António Costa está nas entrelinhas, mas o antigo chefe de Estado alerta que apesar de as lideranças não serem dispensáveis, não há homens salvadores, porque os recursos são finitos.
Quanto ao doutoramento que hoje recebe em Londres, primeiro reagiu com surpresa, agora com alegria. «Fico contente, confesso, não vou gritar na rua em desfile, mas fico muito contente».