O escritor esteve atento, como milhares de alunos, ao regresso das aulas ao pequeno ecrã.
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Quem viu a telescola, e quem a vê hoje, diz que "é incomparável". Aos olhos de José Luís Peixoto, que assistiu, nos anos 80, a muitas aulas pela televisão, esta segunda-feira foi uma surpresa agradável.
Galveias, no concelho de Ponte de Sor, no Alentejo, foi morada do escritor nos tempos da escola primária. Foi lá que a preto e branco aprendeu a ler e contar o mundo.
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Esta amanhã, não resistiu e voltou a sentar-se para ver a nova telescola. José Luís Peixoto afirma que estava ansioso para ver as diferenças, e admite que são muitas. "Tinha a lembrança de quando era aluno da telescola, e hoje é muito mais sofisticada do que nesse tempo. Vi um pouco de duas aulas, e fiquei logo com essa impressão", refere.
O escritor lembra que naquele tempo as aulas eram as mesmas de há longos anos, sem atualizações constantes. Por outro lado, a telescola que agora é transmitida na RTP Memória, faz "uso de tecnologias que antigamente eram impensáveis".
José Luís Peixoto considera que esta nova realidade, imposta pela pandemia, pode resultar numa mudança profunda, com um novo paradigma no sistema de ensino.
"Uma das coisas que poderá mudar é a forma como se entende a escola. As instituições adaptaram-me a esta nova realidade, e, com alterações tão profundas, a forma como antigamente se lecionava está em causa", admite o escritor.
José Luís Peixoto afirma ainda que "a forma como os professores hoje se dirigem aos alunos é diferente", com uma comunicação mais natural.
Num balanço ao primeiro da nova telescola, as associações que representam os dirigentes dos estabelecimentos de ensino consideraram que a adesão dos alunos e dos professores foi muito positiva.