Protagonista do ano ao liderar a geringonça de direita que permitiu tirar o poder ao PS nos Açores, José Manuel Bolieiro, o social-democrata que preside ao governo regional, olha para o "dramático" 2020.
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Viver o ano de 2020 sob o efeito da pandemia, "foi, para muitos, dramático", começa por dizer o homem que na noite de 25 de outubro perdeu as eleições regionais dos Açores para o PS do então líder regional Vasco Cordeiro mas que, não atirando a toalha ao chão e desdobrando-se em conversações, contando também com o acordo selado entre André Ventura e Rui Rio no continente, conseguiu catapultar o PSD para a liderança de uma maioria de direita na Assembleia Legislativa regional e, desse modo, formar governo, interrompendo um ciclo de poder socialista que durava há vinte e quatro anos. Havia em 2020 no país, refere Bolieiro, "ignorância sobre como lutar contra o vírus, e os efeitos que o mesmo gerou na vida pessoal e coletiva".
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O presidente do governo regional destaca, "sob o ponto de vista epidemiológico, os profissionais de saúde, o serviço regional de saúde, as vítimas do contágio e as famílias". Sob o ponto de vista económico, Bolieiro destaca os "impactos que a pandemia teve no empobrecimento de tantas famílias e tantas pessoas que perderam o seu emprego. Sob o ponto de vista económico, as atividades que entraram em enormes dificuldades". Mas não esquece também que, sob o ponto de vista político, "o ano eleitoral também condicionou muito, obviamente, o comportamento dos políticos quanto à vontade de esclarecimento cívico; por isso, não foi um ano bom, apesar da boa reação do povo", refere o homem que dirigiu os destinos da autarquia de Ponta Delgada durante oito anos.
Quando convidado a escolher a figura do ano 2020, o atual presidente do governo regional dos Açores afirma que, "num contexto tão especial, a personalidade do ano só pode ser coletiva, o povo. Porque perante um fenómeno tão inesperado, soube reagir de forma serena, disciplinada no que diz respeito à atitude cívica para evitar males maiores e por isso, elejo o povo como a personalidade do ano", refere o político nascido em Povoação, Nossa Senhora dos Remédios, na ilha de São Miguel.