Ex-deputado da Assembleia Legislativa da Madeira foi condenado por quatro crimes de difamação e dois de desobediência.
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José Manuel Coelho, dirigente do Partido Trabalhista Português (PTP), foi condenado a três anos e meio de prisão efetiva, avança o Diário de Notícias da Madeira .
O ex-deputado da Assembleia Legislativa da Madeira estava acusado de duas dezenas de crimes e foi condenado por quatro crimes de difamação agravada e dois crimes de desobediência.
O jornal regional revela que, além da prisão efetiva, José Manuel Coelho tem de pagar indemnizações no valor de 28 mil euros.
O caso remete a uma altura em que o ex-deputado da Madeira respondeu ao Diário de Notícias da Madeira sobre o plágio de comunicados do MRPP pelo PTP. Nessa altura, José Manuel Coelho chamou "agentes da CIA" a Arnaldo de Matos, fundador do MRPP, e a Garcia Pereira.
À saída do tribunal, José Manuel Coelho anunciou que não tem dinheiro para pagar as indemnizações e que vai requerer a insolvência pessoal. O ex-deputado madeirense revela ainda que vai recorrer da condenação, se necessário até ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
As polémicas do ex-deputado da Madeira
Uma das primeiras aparições polémicas de José Manuel Coelho aconteceu quando ainda era deputado pelo PND (Partido Nova Democracia) e levou uma bandeira nazi para o Parlamento da Madeira para se insurgir contra o governo regional do PSD e intitulando-os de fascistas.
A excentricidade do ex-deputado levou-o a protestar fardado e de megafone pelo hemiciclo contra a aprovação do requerimento sobre o levantamento da imunidade parlamentar. "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais", gritou ao megafone.
Já em 2013, depois de ter sido condenado a 18 meses de prisão suspensa, José Manuel Coelho apresentou-se vestido de prisioneiro e de algemas nos pulsos.
Em 2016, quando Marcelo Rebelo de Sousa assistia a uma sessão solene no Dia da Região, o deputado, na altura, mostrou uma bandeira do Estado Islâmico e comparou os tribunais aos jihaditas pelo facto de o perseguirem como um "malfeitor".
Já nas comemorações do dia 25 de Abril de 2017, o dirigente do PTP obrigou à interrupção da sessão no Parlamento da Madeira por ter excedido o tempo e se ter recusado a abandonar o local.
Os deputados acabaram por abandonar a Assembleia e José Manuel Coelho esteve 20 minutos no hemiciclo a falar sozinho, tendo abandonado a sala de seguida.