O tribunal de Oeiras começa hoje a julgar o processo Taguspark, no qual Rui Pedro Soares e outros dois arguidos estão acusados de corrupção passiva para ato ilícito.
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Em causa estão alegadas contrapartidas que a Taguspark terá dado, por intermédio do ex-administrador Rui Pedro Soares, ao ex-futebolista Luís Figo, para este apoiar a campanha de José Sócrates a primeiro-ministro nas legislativas de setembro de 2009.
De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, Rui Pedro Soares, ex-administrador não executivo do pólo tecnológico de Oeiras, Américo Tomatti, à data dos factos, presidente da comissão executiva do Taguspark, e João Carlos Silva, antigo administrador do pólo, estão acusados de corrupção passiva para ato ilícito.
O Ministério Público (MP) considera que os arguidos «sabiam ser administradores de uma sociedade de capitais maioritariamente públicos» e que, no exercício das suas funções, ao realizarem um contrato com Luís Figo, «determinaram-se por interesses estranhos à sociedade Taguspark», utilizando-a para beneficiarem terceiros.
Os ex-futebolistas Luís Figo, Rui Costa e Sá Pinto, o treinador José Mourinho, os administradores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o director do Diário Económico, António Costa, e o advogado Paulo Penedos, arguido do processo Face Oculta, são algumas das testemunhas do processo Taguspark.
Isaltino Morais vai igualmente sentar-se no banco das testemunhas e volta a ser ouvido pelo procurador do Ministério Público, Luís Eloy, que é o procurador do processo no qual o presidente da câmara de Oeiras está acusado de crimes de fraude fiscal e de branqueamento de capitais.
O processo Taguspark foi investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, na sequência de uma certidão extraída do processo Face Oculta, também relacionado com crimes económicos.
A primeira sessão do julgamento está marcada para as 09:15, no tribunal de Oeiras.