Junta de Freguesia de Arroios receia que existam mais pensões com casos de Covid-19
Margarida Martins alerta que o caso do hostel onde havia dezenas de casos positivos de coronavírus não é único na cidade e exige, por isso, que a ASAE verifique estas situações o quanto antes.
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O hostel, localizado na rua Morais Soares, na freguesia de Arroios, foi evacuado devido a um caso positivo, mas depois de testados todos os hóspedes, 138 deram positivo, 31 deram negativo e seis testes foram inconclusivos, de acordo com informação prestada pela Câmara Municipal de Lisboa à TSF.
A presidente da Junta de Freguesia de Arroios disse à TSF que todas as informações que sabe têm chegado via comunicação social e alerta para a situação que se vivia no hostel em causa.
Margarida Martins defende que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tem de verificar esta situação, uma vez que estavam a viver 200 pessoas em 40 quartos.
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"É para nós muito triste porque andamos há anos a divulgar estas situações de pensões que estão irregulares. Como é possível numa pensão que tem 40 quartos viverem 200 pessoas?", questiona.
A presidente da Junta de Freguesia de Arroios alerta ainda que como esta há múltiplas situações na cidade de Lisboa, onde pessoas vivem sem condições e sem espaço. Uma situação que considera ainda mais grave em tempo de pandemia e que devia ser de isolamento social.
"Temos mais, tanto aqui, como na freguesia do Areeiro, da Misericórdia, de Santa Maria Maior e Santo António. Como é possível a ASAE não controlar estas situações e agora, quando sabem desta situação, como vão deixar entrar as mesmas pessoas nestas pensões sem condições. Agora é a pandemia, depois será outra situação qualquer, e é muito triste que não haja nenhum controle", avisa.
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Margarida Martins garante que tem denunciado sempre às autoridades as situações que chegam ao conhecimento da Junta de Freguesia. A TSF tentou obter reação da ASAE, mas até ao momento não foi possível.
A presidente da Junta de Freguesia de Arroios denuncia ainda a situação dos sem-abrigo. Margarida Martins considera que esta população está, mais uma vez, a ser esquecida.
"Porque muitos deles não querem ir para os abrigos porque ficam fechados, mas há parques na cidade como Monsanto e outros. Tenho junto à igreja de Arroios dezenas de pessoas, junto ao Jardim Constantino, na Passos Manuel, sítios onde estão a dar comida na rua às pessoas o que é triste. Os outros têm de estar confinados, eles que são sem-abrigo não tem de estar confinados? Que respeito é este por esta população? Acho que não há respeito", defende.
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