O ministro da Educação disse que, em conjunto com o Ministério da Saúde, vai ser criado um sistema para despistar "suspeitas ou queixas da existência de abusos" dos docentes.
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Questionado sobre o caso dos mais de 300 professores do distrito de Bragança que pediram condições específicas por motivo de doença, Nuno Crato afirmou que o ministério "está a acompanhar o que se está a passar com estes destacamentos, e já comunicou à Ordem dos Médicos um conjunto de casos".
"Posso dizer-vos também que, em conjunto com o Ministério da Saúde, nós estamos a prever a realização de algumas juntas médicas para verificar o que se está a passar", afirmou o ministro aos jornalistas.
O governante ressalvou, ladeado pelo seu homólogo da Saúde, que a situação "não pode pôr em causa o direito dos professores (...) de poderem trabalhar em locais mais perto dos sítios onde seguem os seus tratamentos ou onde têm apoio familiar ou outras razões desse tipo".
"Há uma legislação para estes professores que estão nestas condições de saúde graves e nós temos de os proteger. O que temos de fazer ao mesmo tempo é evitar abusos, evitar ilegalidades. Esses abusos e essas ilegalidades, caso existam, serão investigados e serão, como é evidente, corrigidos e punidos. É um assunto com o qual vamos proceder de uma maneira muito séria", declarou Crato.
O ministro da Educação sublinhou que, "surgindo algumas suspeitas ou queixas da existência de abusos, é obrigação do ministério investigar o que se passa", o que "foi feito de imediato, com a Inspeção-Geral", que seguiu o assunto.
"Foram comunicadas algumas informações à Ordem dos Médicos e agora o senhor ministro da Saúde e eu vamos pôr em marcha um sistema de juntas médicas que permitirá seguir o que se está a passar", afirmou Nuno Crato.
Algumas dezenas de professores manifestaram-se hoje em Bragança, contra o número elevado de destacamentos por doença de colegas, num caso que já apelidam de "epidemia" e que querem que seja averiguada pelas entidades competentes.
Mais de 300 professores do distrito de Bragança pediram condições específicas por motivo de doença, o que lhes permitiu serem colocados mais próximo de casa e faz deste ano letivo recordista da chamada mobilidade especial.
Nas declarações feitas esta segunda-feira aos jornalistas, o ministro da Educação disse ainda que o concurso de professores está a decorrer com "a normalidade necessária", havendo ainda fases seguintes, e pediu que não se faça campanha eleitoral em torno do tema.
"Não façamos campanha eleitoral de um assunto que não é campanha eleitoral. É um assunto que está a correr com a normalidade necessária, os concursos de professores repetem-se todos os anos, este ano temos uma situação muito mais calma do que a que temos tido em anos anteriores, porque houve um conjunto de professores que conseguiram colocação nos quadros", afirmou Nuno Crato.