Júri de Sociologia exige esclarecimentos do Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia

Na carta, os doze elementos do júri manifestam desagrado, indignação e até estranheza, pelo que dizem ser alterações irregulares feitas pla fundação para a Ciência e Tecnologia.

Os sociólogos garantem que a fundação modificou a ordem dos candidatos a bolsas de doutoramento e pós-doutoramento e sublinham que esta alteração tem consequências graves.

Por um lado, o júri de Sociologia aprovou uma ordem de candidaturas com base em critérios científicos, postos assim em causa pela fundação; por outro lado, esta decisão pode significar, dizem, eventuais prejuízos ou injustiças para os candidatos.

Além disso, os 12 sociólogos, que fazem parte do painel de avaliação das bolsas, salientam que esta alteração da ordem dos candidatos é uma intromissão irregular da Fundação para a Ciência e Tecnologia que não está a respeitar os regulamentos do concurso de bolsas.

O júri de Sociologia acusa ainda a fundação de não ter cumprido o objectivo de financiar pelo menos 10 por cento das candidaturas, uma vez que foram aprovadas menos de seis por cento de bolsas de doutoramento e perto de oito por cento das candidaturas a pós-doutoramento.

Contactada pela TSF, a Fundação para a Ciência e Tecnologia esclareceu, numa resposta escrita, que se limitou a corrigir erros de cálculos aritméticos na soma de classificações parcelares ou ainda situações de manifesta inconsistência entre classificações efetivamente atribuídas e os disposto nos regulamentos.

A FCT disse que foram detectados e corrigidos erros grosseiros em cerca de três por cento das candidaturas, mas em circunstância alguma a fundação interferiu com a avaliação de caráter científico ou técnico das propostas.

Confrontada com estas explicações da fundação, Beatriz Padilha, coordenadora do júri do painel de Sociologia, insistiu na acusação de falta de transparência, sublinhando que, se havia erros, a fundação devia ter chamado os membros do júri para procederem à correção.

Entretanto, uma plataforma de investigadores confirmou que vai impugnar judicialmente o concurso Investigador FCT de 2013, depois de a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ter recusado a sua anulação.