O antigo motorista da Casa Pia disse hoje que nunca transportou crianças, nem outras pessoas para a casa de Elvas. A TSF foi perceber se este desmentido pode mudar o curso do julgamento.
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O arguido Carlos Silvino, do processo Casa Pia, disse esta sexta-feira no Tribunal Criminal de Lisboa que nunca transportou crianças nem outras pessoas para a casa de Elvas, onde alegadamente terão sido cometidos crimes de pedofilia.
Sobre as suas anteriores declarações, que contrariam as de hoje, o arguido disse que lhe foram «instruídas» por inspetores da Polícia Judiciária (PJ) que também lhe forneceram uma lista dos nomes de outros arguidos no processo, para que dissesse que os tinha transportado.
A TSF contactou dois juristas, Paulo Saragoça da Mata e Rogério Alves, para perceber de que forma estas declarações do arguido Carlos Silvino podem alterar o curso do julgamento ou até de todo o processo.
Ambos esclarecem que não é linear que este desmentido (que já não é o primeiro do arguido) implique uma revisão da sentença.
Também contacto pela TSF, Ricardo Sá Fernandes, advogado de Carlos Cruz, disse acreditar que estas declarações vão levar a que o seu cliente seja absolvido no que respeita aos crimes praticados na casa de Elvas.
Já Miguel Matias, advogado das vítimas, espera que as declarações de Carlos Silvino levem a que a pena a que foi condenado seja agravada.