As longas intervenções do deputado do PS na Comissão de Assuntos Constitucionais levaram Fernando Negrão a interromper o parlamentar socialista. O PS acabou por abandonar a comissão.
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O socialista Jorge Lacão usou o triplo do tempo da ministra Paula Teixeira da Cruz para falar sobre política de justiça, facto que deu origem uma troca de palavras entre o deputado do PS e o presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais.
Quando a intervenção do deputado do PS já levava 30 minutos, Fernando Negrão pediu a Jorge Lacão para abreviar quanto possível, por ainda faltarem quatro intervenções de partidos, apesar de não existirem limites de tempo nesta comissão.
«Posso calar-me já, mas se o fizer responsabilizá-lo-ei a si por ter imnpedido nesta comissão de se tratar de plano o conjunto das matérias relativas à política de justiça que reputo da maior importância», retorquiu Lacão numa resposta a Fernando Negrão.
O presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais reagiu considerando que Lacão estaria à espera de um ato de reprovação da sua parte, mas Fernando Negrão garantiu que não o iria fazer.
Reagindo a este episódio, o social-democrata Hugo Velosa aludiu à «deslealdade parlamentar de Jorge Lacão» que nunca tinha observado no Parlamento, críticas que foram também acompanhadas por PCP e Bloco de Esquerda.
Depois do fim da intervenção de Lacão, que acabou por durar 50 minutos, a reunião voltou ao ritmo normal até haver uma segunda intervenção do deputado socialista, que voltou a ver Fernando Negrão pedir para que terminasse de falar ao fim de 15 minutos.
«Termino, senhor presidente, não tenho condições para exercer livremente o meu mandato com a sua presidência», respondeu Lacão, pouco antes do abandono do PS desta comissão, previsto pelos partidos da maioria no início da sessão.