A estação de tratamento custou 800 mil euros, e surge com o propósito de inverter o processo de eutrofização.
Corpo do artigo
As lagoas dos Açores vão ser alvo de um inovador processo de limpeza de águas. Estes reservatórios de água têm fósforo a mais há vários anos, problema que provoca o aparecimento de matéria orgânica em excesso. O processo denomina-se eutrofização e é prejudicial aos ecossistemas.
O ministro do Ambiente adianta à TSF que o tratamento das lagoas será agora feito através de uma estrutura de membranas. Numa estação de tratamento móvel é realizada a "filtragem de água, de grande capacidade - estamos a falar de 300 metros cúbicos por hora -, para reter o excesso de matéria orgânica e contribuir para o restauro da qualidade da água anterior ao processo de eutrofização", explica João Pedro Matos Fernandes.
TSF\audio\2020\08\noticias\06\matos_fernandes_1_estacoao
A estação de tratamento custou 800 mil euros. O custo é dividido em partes iguais entre o governo dos Açores e o Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente. O ministro defende a operação, que diz ser fundamental porque nos Açores não há lagoas com ligação direta ao mar. "Estamos a falar de águas que estão no regime lento, que estão paradas, como é comum em qualquer lagoa", assinala.
"Não só à volta da lagoa existiu um conjunto de utilizações e de paisagem que produz matéria orgânica, que, com a natural erosão, se deposita na lagoa, como a atividade agrícola acaba por contribuir, com o uso de fertilizantes ao longo do tempo, para que a eutrofização se acelere", considera o governante,
Trata-se, por isso, de um ecossistema "fechado", cujo restauro - recuperação da massa de água através da filtragem - "é fundamental promover". O projeto de tratamento da água nos Açores inicia-se esta quinta-feira na lagoa das Furnas.
TSF\audio\2020\08\noticias\06\matos_fernandes_2