É pitéu que arrasta grupos de apreciadores, muitos deles rumo ao Alto Minho, onde a lampreia chega mais cedo. Em Ponte da Barca, mesmo junto ao Lima, há uma varanda para saborear tal iguaria.
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A lampreia, tão apreciado por uns e vilipendiada por outros, é figura central de inúmeros restaurantes de norte a sul do país, no período que vai de fevereiro a abril.
Em Ponte da Barca, no ridente Alto Minho, território de eleição para saborear o sazonal pitéu, o ciclóstomo é atração gastronómica durante aqueles meses.
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Na vila de casas apalaçadas dos séculos XVI e XVII, o vaivém da barca que ligava ambas as margens do Lima há muito que pertence à história.
Junto ao rio, no largo do Corro, vizinho do atraente conjunto monumental integrado pela ponte, pelourinho e antigo mercado, o restaurante Varanda do Lima apresenta lampreia como uma das especialidades da casa.
Com duas áreas distintas - café e sala de refeições mais económicas de um lado; do outro, o restaurante propriamente dito, desafogado e com boa luminosidade, balcão ao fundo. Decoração e amesendação sem marca distintiva.
Oficiante na cozinha, o experiente Adelino Barros, que já correu meio mundo da restauração, coloca todo o empenho na preparação do ciclóstomo e confessa ser esse o segredo.
Após ter sido arranjada, a lampreia é esfolada, limpa, escaldada com rapidez, evitando assim ficar cozida. Depois, é muito bem raspada, para que sejam retiradas todas as impurezas. A passagem por água fria antecede o tempero, sem pimenta, mas com bastante alho, louro, sal e vinho maduro e verde tinto. O vinagre é adicionado ao gosto do cliente.
Convocada a lampreia, versão à bordalesa, apresentou-se com dignidade: confeção no ponto; molho espesso; fatias de pão torrado a acolitarem o pitéu, muito saboroso.
Para acompanhar na perfeição tão suculento prato, nada melhor que um vinho verde tinto: o vinhão superior da Adega Cooperativa de Ponte da Barca,
A ementa apresenta ainda as chamadas especialidades: cabrito da serra de S. Lourenço (por encomenda) e para uma posta à mirandesa, de carne barrosã.
Noutro capítulo perfilam-se cinco pratos de bacalhau, entre eles a opção à Barca, com presunto e puré de batata; pescada dourada à moda de Viana; arroz, açorda ou caldeirada de marisco.
No setor cárneo, há segredos do talho; trancinhas da Barca e dois tipos de tornedó, para além de medalhão de boi na brasa e costeleta de vitela, ambos para 2 pessoas.
No próximo domingo é dia de cozido à portuguesa, confecionado, com o saber da mão barquense, que dá mais sabor às carnes e legumes da região onde se destaca, em Ponte da Barca, o restaurante Varanda do Lima.
Onde fica:
Localização: Largo do Corro, 4980-614 Ponte da Barca
Telef.: 258 453 469