Cerca de 130 jovens assistiram, sentados no hall de entrada da Critical Software, em Taveiro, ao lançamento do TGO, o satélite lançado a partir do Cazaquistão, com software português.
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A sonda vai estar em órbita, mas terá uma plataforma que desce, com uma câmara incorporada, que irá permitir fotografar o planeta vermelho.
A ideia da Critical, mostrando aos jovens o sucesso da missão, foi o de despertar consciências para a possibilidade de, mais tarde, virem a trabalhar com olhos e cérebro no espaço.
No momento em que o foguetão Proton rompeu os ares ouviram-se palmas na sede da Critical. Palmas portuguesas para o foguetão, que leva consigo o satélite com software made in Portugal, desenvolvido pela Critical para controlar o veículo e estabelecer as comunicações com a Terra.
"O facto de termos conseguido cumprir esta data de lançamento significa que fizemos tudo e conseguimos cumprir para que o satélite possa avançar a caminho de Marte".
Gonçalo Quadros, CEO da Critical Software, quer agora colocar os pés na terra e esperar que, depois do lançamento, também a missão seja um sucesso. O homem forte da Critical explicou ainda que a empresa se encheu com jovens do secundário para lhes mostrar que "não é lunático pensarem que podem trabalhar no setor aeroespacial. Se esse setor tiver tanta força no imaginário deles como no meu, alguns deles quererão enveredar por essa carreira".
Os jovens assistiram, via Agência Espacial Europeia, ao lançamento em direto, comentado por João Esteves, diretor técnico da área aeronáutica, que explicou, entre muitas outras coisas, por exemplo, a razão porque um foguetão não explode, ou raramente acontece, no momento da descolagem: "quando sai, não o faz com a potência toda. Quando sai parece que fica ali uma eternidade parado na atmosfera e só depois é que liga os motores principais. Se ligasse logo lá em baixo aquilo explodia tudo".
Este não explodiu e já vai a caminho de Marte. Deve chegar ao Planeta Vermelho em outubro. Já agora: vermelho porque "está enferrujado".