Mais de 95 mil empresas representantes de quase 1,2 milhões de postos de trabalho recorreram ao mecanismo extraordinário. Desde o início da crise quase 77 mil pessoas pediram subsídio de desemprego.
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Desde o início do mês mais de 41 mil trabalhadores foram colocados em lay-off por dia. Dados do ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social mostram que até ao final de março 3.361 empresas representantes de 72.507 postos de trabalho tinham recorrido a este mecanismo, valores que cresceram para 95.058 companhias responsáveis por 1.180.769 empregos no dia 27 de abril.
A evolução, consequência da pandemia, resulta numa média de 41.047 trabalhadores colocados em lay-off por dia desde o início do mês.
Tal como na Covid-19, o ritmo de surgimento de novos casos tem abrandado: a primeira semana de abril foi a que registou maior número: quase 570 mil pessoas foram colocadas em lay-off nesses sete dias, enquanto na semana que terminou no dia 27, foram 94 mil. O primeiro dia do mês foi aquele no qual mais pessoas foram atingidas pelo mecanismo: quase 160 mil, enquanto no dia 24 o valor foi quase dez vezes menor.
A indústria transformadora é a área de atividade que colocou em lay-off um maior número de trabalhadores: foram 250 mil. O alojamento e restauração, também severamente atingidos pela crise, têm 221 mil pessoas paradas. O comércio por grosso e a retalho, e as oficinas automóveis surgem em terceiro, com quase 215 mil.
Oito em cada dez empresas que recorreram ao lay-off têm até 10 trabalhadores: mais de 75 mil PME estão nesta situação. No outro extremo estão as 479 empresas (0,5% do total) que têm mais de 250 funcionários.
Os distritos nos quais um maior número de companhias recorreu a este mecanismo são Lisboa (com 22.120), Porto (17.962) e Braga (9.095).
Pedidos de subsídio de desemprego desaceleram
O ritmo de pedidos de subsídio de desemprego segue uma tendência semelhante: desde o dia 16 de março, em que as escolas fecharam e o país começou verdadeiramente a parar, 76.628 pessoas pediram apoio social no desemprego - o que significa que perderam o posto de trabalho. A média diária foi de 1.782 pessoas por dia.
O pico foi atingido no dia 1 de abril, quando foram registados mais de 6.200 novos pedidos de prestações sociais de desemprego. Mas o ritmo tem perdido fulgor: na semana que terminou no dia 5, houve um total de 18.617 pedidos de subsídio, enquanto na última semana foram 4.890.
Despedimentos coletivos para mil pessoas
Ao longo do mês de abril foram iniciados 122 processos de despedimento coletivo que vão deixar 1.095 pessoas sem trabalho, valores que representam um crescimento em relação a março, mês em que se iniciaram 57 processos que atingem 786 pessoas.
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