Com novo álbum à vista, o músico diz à TSF que se propôs a "mudar a experiência de como compunha e fazia rock"n"roll".
Corpo do artigo
Legendary Tigerman lança este ano um novo álbum, onde põe de parte a guitarra elétrica que ao longo da carreira se tornou quase uma extensão do corpo do músico. Em entrevista à TSF no JN North Festival, o artista levanta o véu que ainda paira sobre esse futuro disco, prometendo uma rotura com o que tem feito ao longo dos últimos anos.
"Propus-me a mudar a experiência de como compunha e fazia rock"n"roll", confessa o músico. Pela primeira vez na vida, Paulo Furtado não compôs à guitarra, antes fê-lo com sintetizadores modulares, mas nem por isso deixou de fazer rock.
TSF\audio\2023\05\noticias\27\rui_carvalho_araujo_tigerman
Com essa nova faceta em estúdio, altera-se também a forma como Legendary Tigerman e os seus músicos se apresentam ao vivo. Em cima dos palcos já vão "introduzindo mais eletrónica e há coisas que não são tocadas com baixos mas com sintetizadores".
Na edição deste ano do Super Bock Super Rock vai ser possível assistir à interpretação do álbum na íntegra, com a participação de convidados que entraram no disco.
"Quando eu achava que havia alguma música que precisava de algo que eu não podia dar, ia escolher a pessoa certa para que a canção pudesse chegar onde precisava que chegasse", conta à TSF.
Os dois singles editados até agora contam com colaborações, mas essa não será uma regra obrigatória neste trabalho. Em "Good Girl", Asia Argento toma conta da voz. Já no tema "Bright Lights, Bright City" são dois velhos amigos de Paulo Furtado - Sean Riley e Ray - que emprestam os vocais à canção.
No início do ano, Paulo Furtado participou no novo filme de Edgar Pêra sobre Fernando Pessoa, tanto no papel de ator e como no de músico. Com cada vez mais convites para criar bandas sonoras para filmes, é também do cinema que surge a inspiração para o novo álbum.
O novo disco vai ser "metade rock"n"roll e metade contemplativo ou cinematográfico", adianta o artista.
À TSF, Legendary Tigerman explica que "o mundo da música para cinema, às vezes mais orquestrado, e aquele rock"n"roll mais rude uniram-se neste disco". Agora, diz o artista, "ainda não dá para perceber muito bem isso, porque só saíram as coisas mais rock"n"roll, mas quando o disco sair vai dar para perceber".
Os aperitivos estão servidos. No palco do JN North Fest já deu para saborear algumas das novas músicas.
O concerto desta sexta-feira foi ainda uma prova de rock"n"roll desmesurado. Depois de a baterista ter sido baixa de última hora, devido a problemas de saúde, foi Filipe Rocha - o habitual baixista - que saltou para a bateria. Já quem amarrou o baixo foi Ed Rocha Gonçalves, conhecido por fazer parte dos Best Youth.