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Grande parte dos professores do 1º ciclo não sabe o que fazer para recuperar os alunos com dificuldades de leitura. A conclusão é de um estudo que reuniu sete investigadores da Universidade do Minho e de várias faculdades dos Estados Unidos.
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O trabalho, apoiado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, durou dois anos durante os quais foram inquiridos mais de 500 docentes.
O objetivo foi perceber o que falha quando se ensina as crianças a ler, um passo essencial no futuro de qualquer aluno.
Os professores do 1º ciclo têm grandes dificuldades para avaliar os alunos e ajudar aqueles que têm dificuldades. Confrontados com exemplos concretos, só 18% dos docentes, em média, conseguiram responder de forma correta às várias perguntas que pretendiam perceber se estes sabiam o que fazer nestes casos.
Na comparação com os norte-americanos, os professores portugueses têm muito mais dificuldade em avaliar as capacidades de leitura dos alunos e intervir quando existem problemas.
A análise defende que estes resultados «confirmam a perceção que se tem de que as dificuldades dos alunos são identificadas de modo incompleto e tardio».
Sem uma solução à vista, há docentes que encaminham, sem necessidados, os alunos com problemas na leitura para a educação especial.
Os autores do estudo sublinham, contudo, que a falha pode não estar apenas nos professores, mas também no sistema de ensino que tem poucos meios para ajudar os alunos com dificuldades a ler.