A mãe de Joana confirmou em tribunal que quer torturada por elementos da Polícia Judiciária que investigavam a morte da sua filha. Aragão Correia, advogado de Leonor Cipriano, disse mesmo que teria medo de ser pai no Algarve com uma polícia como esta.
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Leonor Cipriano reiterou, esta segunda-feira, em tribunal, que foi agredida e torturada por elementos da Polícia Judiciária durante a investigação à morte da sua filha para confessar um crime que não cometeu.
No tribunal de Faro, a mãe de Joana disse ainda acreditar que a sua filha está viva e desmentiu que esta tenha alguma vez caído das escadas.
Descrevendo a forma como foi agredida pela PJ, Leonor Cipriano disse que foi obrigada a ajoelhar-se em cima de cinzeiros e que lhe bateram com uma grossa lista telefónica na cabeça durante cerca de uma hora.
Na sessão desta segunda-feira, a mãe de Joana disse ainda ter prestado declarações praticamente sem dormir e muito cansada.
No final desta sessão, o advogado de Leonor Cipriano reafirmou que Joana pode estar viva ou morta, tal como acontece com Madeleine McCann, e lamentou o facto de a PJ não ter investigado o que realmente aconteceu.
«É pena que a PJ não investigue o que aconteceu a estas crianças e incrimine mães que estão inocentes. Tinha medo de ser pai no Algarve, tinha muito receio de ser pai no Algarve com esta polícia a investigar desta maneira», explicou Aragão Correia.
Rodrigo Santiago, que representa a Ordem dos Advogados, que se constituiu pela primeira vez como assistente num julgamento, explicou que qualquer vaticínio sobre este caso é como «perguntar a um treinador como vai acabar um jogo aos cinco minutos».
Os cinco inspectores da Polícia Judiciária, que estão a ser julgados neste caso por um tribunal de júri, alguns já em situação de reforma, como Gonçalo Amaral, são acusados de falsificação de documentos, omissão de denúncia e tortura.