O Dia Mundial do Braille assinala-se esta quarta-feira.
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"O Braille nos Dispositivos Móveis" é o mote para as Jornadas que o Instituto Nacional de Reabilitação organiza esta tarde em Coimbra. E como é que uma pessoa cega, ou com pouca visão, consegue ler e escrever braille num telemóvel?
O presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) explica que já há sistemas e aplicações que o permitem, mas ainda há muito por fazer em termos tecnológicos. "Numa escala de facilidade de 1 a 5, diria que estamos o ponto 3", afirma Rodrigo Santos."
Já estamos com uma leitura e escrita Braille bastante satisfatória, mais a escrita do que a leitura, mas ainda há caminho por fazer", acrescenta. O presidente da ACAPO explica que já é possível usar o ecrãs do telemóvel para escrever, "com todas as representações dos pontos Braille", como se de uma máquina se tratasse.
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"Tudo o que está no ecrã pode ser transformado em voz sintética ou Braille", acrescenta. No entanto, para que isso possa ser possível, é necessário que exista outro dispositivo a receber "as linhas de células Braille", através de uma ligação sem fios. Esse aparelho reproduz os mesmos carateres que estão no ecrã do telemóvel em Braille, "levantando os pontinhos nesse tal dispositivo externo".
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Rodrigo Santos acredita que a evolução tecnológica irá permitir que um dia os ecrãs dos telemóveis consigam fazer relevo e seja possível ler nos próprios dispositivos móveis.
Hoje também será lançada a obra poética de Manuel Alegre em Braille, mas o presidente da ACAPO lamenta que apenas 0,1% dos livros editados em todo o mundo estejam impressos nesta escrita concebida para ajudar na leitura os cegos e as pessoas com pouca visão.
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