Leva de 10 refugiados que devia estar a chegar a Portugal perdeu-se pela Grécia

Mário Cruz/Lusa
A ministra da Administração Interna explicou que o país estava preparado para acolher este grupo, entretanto dado como desaparecido pelas autoridades gregas.
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Constança Urbano de Sousa, que interveio na comissão parlamentar de Assuntos Europeus sobre o fluxo de refugiados na Europa, deu conta de uma situação insólita. Portugal estava preparado para receber esta semana 10 refugiados provenientes da Grécia mas, segundo as autoridades desse país, o grupo já não vai chegar por estar dado como desaparecido.
Mas há uma explicação para este incidente. "As pessoas têm de se registar mas não estão detidas, e muitas vezes prosseguem o seu projeto migratório que já tinham delineado na sua cabeça", justificou Constança Urbano de Sousa.
Portugal está a analisar cerca de 90 pedidos de recolocação de refugiados e disponibilizou-se para acolher "um número bastante elevado", mas até agora apenas recebeu 30, explicou a ministra da Administração Interna.
A ministra explicou que Portugal não tem sido muito restritivo quanto à seleção de imigrantes mas adiantou que não têm chegado mais pessoas por não estar a funcionar devidamente o processo de recolocação.
A governante lembrou que foi acordado que seriam recolocados 160 mil refugiados a partir da Itália e da Grécia mas que, segundo números relativos a terça-feira, apenas foram recolocadas 491 pessoas.
O processo, explicou a ministra aos deputados, começa com as autoridades gregas e italianas a fazerem uma triagem, registando, colhendo impressões digitais e fazendo um controlo de segurança.
Estas operações são feitas em centros de triagem, mas "acontece que na Grécia, dos cinco Centros previstos só o de Lesbos está a funcionar" e, na Itália, "dos seis Centros apenas três estão operacionais", disse.