
O Presidente do PSD Rui Rio e o Presidente do CDS Francisco Rodrigues dos Santos
LUSA
Na cerimónia de assinatura do acordo-chapéu entre PSD e CDS-PP, Rui Rio admitiu que as autárquicas poderão "ter ou não" uma leitura nacional.
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Os presidentes do PSD e do CDS-PP manifestaram-se esta terça-feira convictos que será possível "enfraquecer" a hegemonia do PS nas próximas eleições autárquicas, sem fixar metas nem antecipar consequências nas lideranças.
Na cerimónia de assinatura do acordo-chapéu entre PSD e CDS-PP, Rui Rio admitiu que as autárquicas poderão "ter ou não" uma leitura nacional e considerou que foram exceções as vezes em que eleições locais derrubaram primeiros-ministros, como aconteceu com Francisco Pinto Balsemão e António Guterres.
"São situações absolutamente extraordinárias, em que eleições autárquicas foram a gota que encheu o copo. Pode acontecer que estas autárquicas tenham leitura nacional e pode acontecer que não tenham, só com os resultados se pode ver", disse.
Ainda assim, Rio deixou uma certeza: "Neste momento, há condições para o PSD sozinho, o CDS sozinho, e os dois em coligação conquistarmos bastantes mais câmaras do que aquelas que temos neste momento", disse.
O líder do PSD admitiu, contudo, que o objetivo, por enquanto, é "enfraquecer esta quase hegemonia do PS no poder autárquico", dizendo ser quase impossível inverter numa eleição o atual equilíbrio (o PS tem 160 câmaras, o PSD 98 e o CDS seis).
Já o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, admitiu que os eleitores "descontentes e fatigados" possam nas próximas autárquicas apresentar "um cartão amarelo ou mesmo vermelho ao PS".
"A nossa ambição é compor esta maioria alternativa capaz de dar um sinal ao país de que o ciclo da geringonça está encerrado e se pode abrir um ciclo de novos protagonistas", disse.
Os dois líderes foram questionados, por várias vezes, sobre possíveis consequências das autárquicas para as respetivas lideranças.
"Só na segunda-feira a seguir às eleições é que podemos tirar uma conclusão se o que foi o resultado satisfaz ou não os objetivos (...) Eu há quatro anos que digo, e hoje digo a mesma coisa, que as eleições autárquicas são muito importantes para o PSD, é óbvia a responsabilidade que tenho e é óbvio que cada vez que um partido vai a eleições os resultados podem determinar ou não a continuidade de presidentes", disse.
Francisco Rodrigues dos Santos considerou, a nível interno, que ele e Rui Rio têm tido percursos semelhantes, com oposição constante dentro dos respetivos partidos, mas antevê um desfecho positivo para ambos.
"Atrevo-me a dizer que aqueles que esperam que as autárquicas sejam um ponto final nas nossas lideranças também não vão conseguir", afirmou o líder do CDS-PP.