Liga dos Bombeiros considera que situação de alerta devia ter sido declarada "a meio da semana passada"
"Agora estamos perante essa declaração, saudamos essa declaração. Isso vai permitir que os bombeiros voluntários possam estar mais disponíveis para o ataque inicial aos incêndios e completar as equipas do dispositivo de combate aos incêndios florestais", disse António Nunes em direto na TSF
Corpo do artigo
O Presidente da Liga dos Bombeiros de Portugal, António Nunes, considera que a declaração do Governo que impôs situação de alerta em todo o continente português entre as 00h00 deste domingo e quinta-feira podia ter sido feita mais cedo, mas acredita que não foi tardia.
"Naturalmente que a Liga dos Bombeiros Portugueses gostaria que essa declaração tivesse sido feita a meio da semana passada. Não foi assim entendido, eventualmente com a informação técnica sustentada, mas agora estamos perante essa declaração, saudamos essa declaração. Isso vai permitir que os bombeiros voluntários possam estar mais disponíveis para o ataque inicial aos incêndios e completar as equipas do dispositivo de combate aos incêndios florestais", disse o presidente da Liga dos Bombeiros em direto na TSF.
Com a situação de alerta, os bombeiros voluntários podem ter dispensa para o combate aos incêndios, o que significa que há mais meios: "Os bombeiros ajudam-nos no ponto de vista de que nós temos 28 mil bombeiros voluntários e naturalmente as empresas, o próprio Estado, nos locais onde eles trabalham, com esta declaração permite que eles justifiquem as suas ausências e estejam quer dos quartéis de bombeiros prontos a sair, quer pré-posicionados em vários locais do país. Pelo menos é isso que esperamos que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil com esta força, esta capacidade de meios adicional que vai ter, seja capaz de gerir adequadamente para os colocar nos pontos mais importantes face às informações meteorológicas de que vai dispondo dia após dia."
António Nunes destaca que o caráter preventivo da situação de alerta, que prevê proibições, por exemplo, do uso de dispositivos pirotécnicos.
"Agosto é sempre um mês com muitos problemas pela tradição que há de festas, em particular com os nossos emigrantes que vêm até às suas terras natais e muitas das vezes, apesar de haver essas autorizações que foram canceladas de fogo de artifício ou de artefactos, isso pode criar situações bastante complexas. Com esta declaração tudo isso fica proibido, bem como trabalhos no campo, acessos a locais de elevado risco, e isso facilita - pelo menos diminui - aquilo que são a quantidade de causas que podem existir para a ignição de um incêndio", explica.
Portugal continental vai entrar, a partir de domingo e até quinta-feira, em "situação de alerta" devido ao elevado risco de incêndio nos próximos dias. O anúncio foi feito este sábado pela ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, numa declaração ao país.
"Face ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam risco significativo de incêndio rural, o Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental", disse.
