A Liga dos Bombeiros pede ao ministro da Agricultura que diga com detalhe a sugestão que lançou no parlamento para que se faça um "comando único" de combate aos fogos florestais.
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A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu explicações ao ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural sobre a proposta de criação de um comando único de prevenção e combate aos incêndios florestais.
O presidente da LBP, Jaime Marta Soares, explica à TSF que Capoulas Santos tem que esclarecer o que pretende com a proposta de estabelecer um comando único para intervenção nas florestas, incluindo "no mesmo saco a prevenção, vigilância, deteção e combate".
Os bombeiros "não são pau para toda a obra, mantêm que querem continuar a desempenhar a tarefa que secularmente cumprem de combater os incêndios, defendendo pessoas e bens, e esperam que as outras entidades, a quem cabe as restantes tarefas, seja o ordenamento florestal, seja a prevenção, e tantas outras, o façam como lhes compete, o que não acontece", adianta Jaime Marta Soares.
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A LBP considera que "o ministro ensaia o sacudir da água do capote sobre tarefas que competem ao seu ministério e serviços, que há muito não executam".
A constituição de um comando único de prevenção e combate a fogos foi defendida por Capoulas Santos, na quarta-feira, durante uma audição no grupo de trabalho Sobre a Reforma da Floresta da comissão parlamentar de Agricultura e Mar
"Todos gostaríamos de uma outra estrutura dedicada à floresta", reconheceu Luís Capoulas Santos, pedindo que eventuais propostas de outras forças partidárias fossem "quantificadas", de forma a poder ser analisado o seu cabimento orçamental e os meios humanos e materiais necessários.
Capoulas Santos destacou as iniciativas previstas já para este ano de "aumentar em 50 os vigilantes da natureza", assim como "20 equipas de sapadores florestais" e definiu como objetivo do executivo socialista "atacar dois vícios fundamentais: a gestão e o ordenamento" florestais.
"Este pacote legislativo foi elaborado por um grupo de oito ministros, dada a horizontalidade das questões e apenas dois são da responsabilidade do Ministério da Agricultura" (regime de arborização e banco e fundo de monitorização de terras)", ressalvou.
A LBP defende "um comando autónomo para a sua própria estrutura, cooperante mas independente da Autoridade Nacional da Proteção Civil, a quem deverá apenas caber a coordenação, como acontece com todos os restantes agentes da proteção civil, INEM, GNR, PSP, Marinha, Exército, Força Aérea e outros".
O ministério da agricultura já respondeu. Considera despropositada a aposição da Liga porque Capoulas Santos se limitou a mostrar disponibilidade para analisar uma eventual proposta.