Linha de alta velocidade num forte investimento público. Costa Silva entrega plano de recuperação
O empresário António Costa Silva já entregou o documento ao Governo. O gestor pede "que não haja ilusões" e que se evite o colapso das empresas.
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O primeiro-ministro já recebeu o documento estratégico para a recuperação da economia portuguesa na próxima década. Um trabalho encomendado ao gestor António Costa Silva. O Expresso e o ECO já tiveram acesso ao texto. Trata-se de uma primeira versão que aponta claramente para um reforço do investimento público e para a urgência de socorrer o tecido empresarial.
O investimento em infraestruturas, particularmente na ferrovia, é um dos eixos centrais. Assim, Costa Silva propõe que avance a ligação de alta velocidade entre Lisboa e Porto, que potenciará a afirmação das duas áreas metropolitanas e o seu "funcionamento em rede".
O gestor avisa que a partir de setembro de 2020, a situação de muitas empresas pode deteriorar-se significativamente. É, por isso, fundamental existir no terreno um programa agressivo para evitar o colapso de empresas rentáveis, que são essenciais para o futuro da economia portuguesa.
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"Que não haja ilusões", escreve António Costa Silva, se o papel do Estado não for assumido, teremos uma recessão muito mais prolongada, uma economia cada vez mais "zombie" e em estado de coma. Fala-se ainda num "exército crescente de desempregados e crescente instabilidade social".
E para que a economia não chegue a esse ponto, é essencial ter empresas mais saudáveis, ajudá-las a resolver problemas de financiamento e considerar aliviar a sua carga fiscal, que é elevada e torna o país menos competitivo.
António Costa Silva, conta o Expresso, sublinha a importância dessa medida, notando que as pequenas e médias empresas representam mais de 95% do tecido empresarial português e empregam mais de 75% das pessoas.
O conselheiro do Governo não quantifica, no entanto, qualquer valor para esse recuo da carga fiscal.
A falta de números é de resto, diz o ECO, uma marca desta primeira proposta de plano de recuperação da economia para os próximos dez anos. São 119 páginas e dezenas de sugestões. Mas não há contas.
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Essa ligação, defende, trará grandes ganhos ambientais por dispensar as ligações aéreas. O investimento no hidrogénio, a expansão e reforço das redes do Metropolitano de Lisboa e do Metro Ligeiro do Porto, o aeroporto para a Área Metropolitana de Lisboa e o alargamento da competitividade do porto de Sines e de outros portos nacionais são outras das recomendações que constam do plano agora entregue ao Governo.
Há, igualmente, conselhos sobre outras áreas. A banca, por exemplo, onde se aponta que é preciso que Portugal lute no espaço europeu para assegurar condições concorrenciais iguais aos outros países.
Ao Estado também se recomenda tratamento, diz o gestor que se a Administração Pública mantiver o seu registo de "business as usual" dificilmente dará resposta aos problemas que o país vai enfrentar.
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