A revista Visão adianta na edição de amanhã que foram 106 as consultas ao cadastro fiscal do primeiro-ministro Passos Coelho que obrigaram os funcionários do fisco a apresentar explicações.
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O relatório da auditoria interna, realizado nos primeiros nove meses do ano passado, e que é citado pela Visão, apresenta mais detalhes sobre as consultas do cadastro fiscal do chefe de Governo.
Segundo a auditoria, o processo fiscal de Pedro Passos Coelho foi consultado 106 vezes de 1 de janeiro a 26 de setembro, dia em que o jornal i publicou informações sobre a situação fiscal do primeiro-ministro.
O processo, revela a auditoria, foi consultado por 34 funcionários da autoridade tributária do continente, Madeira e Açores, sendo que seis dos funcionários são chefes tributários e um é chefe de divisão.
A maior parte das consultas - 27 - aconteceu antes da noticia do jornal i ter sido publicada, 13 foram feitas nos quatro dias anteriores e sete no próprio dia.
Dos 34 funcionários que acederam ao processo do primeiro-ministro, apenas um não prestou declarações e, segundo a auditoria, dois tinham uma justificação convincente.
A maioria admitiu que foi por curiosidade, enquanto que outros dizem que não se recordam da consulta, admitindo que as credenciais de acesso possam ter sido usadas por terceiros, durante uma pausa de trabalho.
Segundo a revista Visão, perante estes resultados, os auditores concluíram que não havia indícios de que as informações publicadas tenham sido veiculadas pelos trabalhadores do fisco.
Mesmo assim, no parecer que seguiu anexo ao relatório, o diretor dos serviços de auditoria diz ter ficado preocupado pelo facto das credenciais estarem a ser usadas sem justificação e defende a realização de ações formativas sobre proteção de dados pessoais dos contribuintes.