Livre vai abster-se na votação do Orçamento, mas deixa vários avisos ao Governo
O Livre admite que a proposta do Governo "acaba por agravar a probabilidade da recessão" com "um orçamento contido, e promete pressionar António Costa.
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Pelo segundo Orçamento consecutivo, o Livre vai abster-se na votação à proposta do Governo, na fase de generalidade, mas pede um "compromisso sério" a António Costa. O deputado único, Rui Tavares, que foi eleito nas legislativas de janeiro, deixa vários avisos ao Governo e critica "a falsa escolha entre contas certas e a continuação do caminho de recuperação", deixando em aberto o voto para a votação final global do documento.
O Livre reuniu os militantes em assembleia, na noite de quarta-feira, com a proposta do grupo de contacto a recolher uma aprovação por mais de 2/3. No documento, a que a TSF teve acesso, lê-se que "apenas com um compromisso sério do Governo em relação a propostas de alteração substantivas e com real impacto que o Livre venha a submeter é que poderemos aceder a votar de outra forma que não contra, no momento da votação final global".
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O partido de Rui Tavares promete propor ao Governo um "passe ferroviário nacional, a criação de um serviço de transporte escolar público" ou "uma empresa pública de hidrogénio".
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No texto, o Livre admite que a proposta do Governo "acaba por agravar a probabilidade da recessão" com "um orçamento contido, que seria adequado num momento de crescimento da economia e com inflação em níveis normais".
Além de "não responder às necessidades dos cidadãos e das famílias portuguesas", com uma inflação galopante, o partido nota ainda falhas na resposta à emergência climática, e pede que se dê "prioridade à responsabilidade social e ambiental, dentro dos critérios de estabilidade orçamental".
"Caberá à classe média o ónus de suportar o impacto da inflação e os serviços públicos são condenados à estagnação", lamentam.
A votação desta quinta-feira tem aprovação garantida, com a maioria absoluta do PS. Rui Tavares tem assistido à discussão orçamental à distância, por estar infetado com Covid-19.
No primeiro Orçamento da maioria absoluta, no início da legislatura, Rui Tavares e Inês Sousa Real, do PAN, abstiveram-se na proposta do Governo. A restante oposição votou contra.
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