LIVRE/Tempo de Avançar arrecada mais de 6 mil euros em leilão para financiar campanha

Entre verdadeiras obras de arte e objetos de cariz mais humorístico, foram 56 obras a leilão, doadas por vários artistas De José Pedro Croft a Carlos No, passando por Alice Geirinhas ou Luís Afonso.

Anísio Franco, pregoeiro, foi o responsável por apresentar as obras, numa iniciativa que começou com um objeto que muito poucos ousaram licitar: "A cadeira que estatelou aquele senhor que cá andou muitos anos. É o que sobra dela".

Apenas um euro de encaixe para o partido LIVRE/Tempo de Avançar (L/TDA) no arranque do leilão, mas, pouco depois, uma gravura fazia subir a fasquia: "Peça de José Pedro Croft. É a peça mais cara que está em leilão e vai à praça, inevitavelmente, por 2 mil euros. Não posso fazer menos", exclamava Anísio Franco.

"Um leilão com bastante sucesso", afirmava Rui Tavares, pouco antes de concluída a iniciativa que resultou em mais de 6 mil euros para o partido.

Perante as dificuldades em financiar as iniciativas rumo às legislativas, o dirigente do partido LIVRE/Tempo de Avançar admite que são precisas "formas imaginativas e criativas" para ultrapassar alguns obstáculos que se colocam a um partido recém-criado: "Não recebemos um cêntimo de subvenção do estado, independentemente de sermos a favor do financiamento público, mas ,como somos um partido recente, com uma candidatura cidadã, temos que nos financiar entre nós".

Rui Tavares sublinha que, apesar dos donativos de membros e apoiantes, que podem ser "de cinco, de dez, de 15 euros ou até um pouco mais", a exigência financeira de uma campanha é grande, salientando, por isso, a necessidade de realizar iniciativas como o leilão, que decorreu no Hotel Borges, em Lisboa.

"É, acima de tudo, através da mobilização das pessoas que nós conseguiremos uma campanha ambiciosa. Mais do que através dos gastos em material de campanha tradicional", diz, no entanto Rui Tavares.

O leilão serviu ainda para "descontrair" e "saborear uma vitória", reconhece o dirigente: "Um vitória política grande, que é a das primárias abertas, porque conseguimos esta noite, até ao fecho do prazo de candidaturas, que mais de 400 cidadãos se candidatassem às nossas primárias abertas".

"Conseguimos que 40% desses cidadãos fossem mulheres, ou seja, que isso permitisse atingir a paridade completa nas listas de candidatos. Portanto estamos contentes e motivados", acrescentou.

Satisfeito com a "crescente mobilização" em torno da candidatura, Rui Tavares prefere não fazer previsões em relação às legislativas, mas vai adiantando: "De cada vez que temos uma boa notícia, entendemos que podemos chegar mais longe e que podemos ser determinantes para uma mudança de política em Portugal".

De acordo com o partido, o LIVRE/Tempo de Avançar recolheu 410 candidaturas às eleições primárias de 20 e 21 de junho, para integrarem as listas a deputados às legislativas deste ano.

Domingo à tarde, no Lyceu Camões, em Lisboa, o partido vai apresentar e debater a sua "Agenda Inadiável para a próxima legislatura", na presença dos dirigentes Rui Tavares, Ana Drago, José Reis, Eugénia Pires e Renato Carmo.