Privatização da TAP só deve estar concluída em 2025 devido às "condições políticas"
O presidente da TAP apontou que tem de se contar com "um crescimento moderado de 3%, 4%" da companhia aérea no Aeroporto Humberto Delgado.
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A privatização da TAP só deve estar concluída em 2025. É o novo calendário possível para o presidente da companhia aérea, Luís Rodrigues. Uma agenda alterada devido às eleições antecipadas e à falta de capacidade de um Governo em gestão continuar com a venda da TAP.
Luís Rodrigues entende que a melhor solução para a empresa é a privatização, mas não se intromete no debate político quando o candidato à liderança do PS, Pedro Nuno Santos, defende a continuidade dos interesses do Estado dentro da TAP. Prefere esperar para ver.
"Isso é uma questão acionista, o acionista é que tem de decidir o que fazer. Entendo que a privatização é a melhor solução. Informalmente todos eles têm dito: 'percebemos perfeitamente as condições políticas, estaremos a aguardar'", defendeu Luís Rodrigues em declarações aos jornalistas.
O presidente da TAP disse também que a localização do novo aeroporto não é um tema sobre o qual a companhia se pronuncie, mas "desde que as condições sejam iguais para todos, não há problema nenhum".
"A TAP não se pronuncia sobre isso, a nossa missão é transportar passageiros de um lado para o outro", começou por dizer Luís Rodrigues, em declarações no almoço de Natal com jornalistas, em Lisboa, quando questionado sobre as conclusões da comissão técnica independente que estudou as várias soluções para o novo aeroporto da região de Lisboa e apontou Alcochete como a opção mais vantajosa.
Mas acrescentou: "Desde que as condições sejam iguais para todos, não há problema nenhum".
Já sobre a capacidade que a TAP tem de crescer no Aeroporto Humberto Delgado, Luís Rodrigues apontou que tem de se contar com "um crescimento moderado de 3%, 4%" e não ao que se assistiu após a pandemia de Covid-19.
Já sobre os acordos de empresa celebrados com os sindicatos, que põem fim aos cortes aplicados no âmbito dos acordos de emergência, o presidente da TAP garantiu que em dezembro já não serão aplicados cortes salariais, uma vez que os novos acordos foram aprovados pelo acionista, que é o Estado.
"O mundo mudou muito, além do que se previa em 2020, crescemos a um ritmo impressionante, estamos numa boa condição, [por isso] não fazia sentido continuar com esses cortes salariais", defendeu.
Já sobre a renegociação dos contratos com a Airbus, após suspeitas de a TAP estar a pagar mais pelo 'leasing' do que as congéneres, Luís Rodrigues explicou que o tema está "em permanente negociação" e que na quarta-feira a TAP e a fabricante de aviões vão reunir-se. "Mas está a correr bem", realçou.