Lojas "entregues" aos trabalhadores. Proprietário de três franchisings da Telepizza desaparece e "não há salários"
Ouvido pela TSF, o gerente da loja na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, revela que não consegue falar com o proprietário desde 28 de abril, quando perguntou pelos "ordenados e se estava tudo em ordem"
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O proprietário de três lojas franchisings da Telepizza, no centro de Lisboa, desapareceu e 30 trabalhadores não receberam o salário de abril. Seguindo o conselho do sindicato do setor, as lojas continuam a cumprir os horários e vendem "o que ainda têm disponível".
Ailton Pereira, gerente da Telepizza na Avenida Almirante Reis, conta à TSF que as suas lojas, na Avenida de Roma e no Areeiro, estão "entregues" aos trabalhadores. "As lojas funcionaram de certa forma normais, com altos e baixos, mas no último mês ocorreu a falta de pagamento de salários."
Ainda que tenham existido altos e baixos, o gerente explica que agora a situação é mais complicada.
A última vez que consegui falar com ele [proprietário] foi a 28 de abril, quando o questionei sobre os ordenados e se estava tudo em ordem. Já era rotina, quando chegava ao final do mês, existirem atrasos.
O salário, ainda assim, acabava por chegar. Desta vez, nem salário, nem proprietário. Os trabalhadores foram aconselhados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul a continuarem a trabalhar e a cumprir os horários: os 30 trabalhadores dizem que têm feito o que podem.
Neste momento, as lojas estão a funcionar de maneira autónoma, com as pessoas que já lá trabalhavam, e foram cortados os pedidos. Já não há chamadas. Houve produtos que passaram da validade, mas continuamos a vender outras coisas além de pizzas.
Glória Pereira, responsável daquele sindicato, afirma à TSF que a situação está a ser monitorizada e já realizaram os pedidos possíveis: "Fizemos uma queixa à Autoridade para as Condições de Trabalho, pedimos uma reunião à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho que envolve a Telepizza e o proprietário [das três lojas]."
A reunião está marcada para o final deste mês de maio. As lojas continuam a funcionar com o que têm em armazém.
