Longe das buscas por Maddie. Dois cágados devolvidos ao habitat natural na barragem do Arade
Em declarações à TSF, Élio Vicente, diretor do Zoomarine, explica que os dois cágados estavam há vários meses em recuperação e vão ser colocados na barragem do Arade, numa zona "afastada das forças policiais" que realizam as buscas por Maddie McCann.
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Vão ser esta quarta-feira devolvidos ao habitat natural dois cágados que se encontravam em recuperação no Zoomarine, em Portimão. Os répteis serão colocados na barragem do Arade, que, por estes dias, é o palco das novas buscas relacionadas com o desaparecimento de Madeleine McCann.
À TSF, Élio Vicente, diretor do Zoomarine, revela que os dois cágados estavam há vários meses em recuperação.
"São dois cágados que deram entrada, respetivamente, em junho e agosto de 2022, por processos vários e muitos deles relacionados com problemas nutricionais e também com parasitas, que é uma coisa razoavelmente comum nestas espécies. Terminado este processo de reabilitação e agora que as temperaturas já começam a subir, está na altura de voltarem ao selvagem e é precisamente o que vai acontecer hoje de manhã", explica.
Apesar do número anormal de presença humana por estes dias na Barragem do Arade, os cágados serão devolvidos ao habitat longe da área das buscas.
"Vão ser devolvidos num dos pontos da barragem, uma vez que este é um processo que é coordenado com o Instituto de Conservação da Natureza", afirma, adiantando que, "por coincidência, neste momento, a Barragem do Arade está um pouco mais nas notícias, no entanto, é uma área muito grande". "Nós vamos utilizar como zona de regresso ao selvagem, uma zona que está afastada das forças policiais."
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O Algarve é uma das regiões mais afetadas pela seca severa que se verifica no território continental. Élio Vicente lembra que os parques temáticos, como o Zoomarine, têm um dever pedagógico de alertar para os problemas da biodiversidade. O responsável explica que já há espécies em vias de extinção naquela região devido à falta de água.
"Uma das funções dos parques biológicos modernos é precisamente alertar os nossos visitantes e os nossos parceiros para os grandes desafios do ambiente e da natureza e, obviamente, as alterações climáticas e as urgências climáticas são um deles. Obviamente, no dia a dia nós somos expostos também à forma como isso afeta diretamente as espécies que vivem à nossa volta", refere Élio Vicente, dando o exemplo de um projeto do Zoomarine - "Falanges" - que "tem a ver com peixes de água doce que vivem nas ribeiras da Serra algarvia e que são espécies criticamente ameaçadas de extinção".
"Um dos problemas tem a ver com a ocupação dos habitats por parte dos humanos e das suas atividades, mas também com a redução dos níveis de pluviosidade, que faz com que muitas destas ribeiras acabem por secar e levar uma pressão ainda maior", acrescenta.