"Longe do limite diário." Nuvem de fumo do Canadá não está a afetar qualidade do ar em Portugal
Em declarações à TSF, Francisco Ferreira sublinha que os níveis de partículas medidos estão "longe de atingir o limite diário".
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A nuvem de fumo provocada pelos incêndios no Canadá que paira no ar em Portugal não chegou à superfície e, por isso, não é prejudicial à saúde, assegurou esta terça-feira Francisco Ferreira, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, que tem estado atento à rede de medição da qualidade do ar.
A Agência Portuguesa do Ambiente revelou esta terça-feira que os níveis de partículas medidos pela rede de monitorização da qualidade do ar mostram que as concentrações de poluentes são inferiores aos limites estabelecidos e, por isso, é possível afirmar que a nuvem que paira no ar não chega à superfície.
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"Todos os dados que foram recolhidos, quer na rede de qualidade do ar dos Açores, aquando da chegada desta nuvem de poeiras no domingo, quer ontem [segunda-feira] e hoje [terça-feira] no continente, mostram que as concentrações de partículas não apresentam alterações quer nas partículas chamadas finas, PM2,5, portanto, as partículas de diâmetro inferior a 2,5 micrómetros, nem polindo as partículas já mais grosseiras, portanto, as chamadas partículas inaláveis, PM10, ou seja, todas as partículas inferiores a 10 micrómetros", adianta Francisco Ferreira em declarações à TSF.
O investigador explica que estes são dois parâmetros "que estão na legislação" e que são controlados em "tempo real", sendo que os valores medidos estão "longe de atingir o limite diário".
"Todos os valores que têm sido medidos estão numa escala, em geral, não acima de 20, praticamente no que respeita ao PM2,5, às partículas finas, e com valores que podem ir eventualmente até aos 30 no caso das partículas inaláveis, longe, só para se ter uma ideia, por exemplo, do valor limite diário das partículas inaláveis, que é 50 microgramas m3", esclarece.
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Apesar do cenário animador, Francisco Ferreira afirma que a qualidade do ar "não está boa", mas que as culpas podem ser atribuídas aos níveis de ozono provocados pela mistura do colar e da circulação automóvel das cidades.
"[A qualidade do ar] teve problemas relativamente significativos durante o fim de semana e hoje [terça-feira]. Temos vários locais do país com uma qualidade que não é boa, nem muito boa, mas a responsabilidade deste índice pior é do ozono, mas as partículas estão realmente num nível de altitude onde nós não estamos a ser afetados com qualquer prejuízo para a saúde", elucida ainda o investigador.